A teologia dos Conselhos Evangélicos ou a teologia dos Votos Religiosos nos apresenta como fundamento a teologia do coração indiviso (LG 42)*, pois para a vivência destes é necessário a entrega total do ser nas mãos de Deus, uma vez que a pessoa de Cristo se doa na sua totalidade.
Os conselhos evangélicos têm sua origem divina, mais exatamente, cristológica. Estão fundamentados nas palavras e exemplos de Jesus. Tem sua origem divina na doutrina e nos exemplos de Jesus, isto quer dizer, que se fundam em sua vida, em toda sua vida. A vida e a doutrina de Jesus estão na base de toda forma de vida cristã, e de maneira especial, na base da vida consagrada. Eles não são obrigados aos cristãos todos, muito menos lhes é prerrogativa de uma vida mais ou menos santa, apenas são obrigados àqueles que livremente optarem por seguir para atingirem não só a salvação (e portanto a santidade), mas também a perfeição.
Então o que são os Votos Evangélicos?
Os votos evangélicos podem ser considerados o modo como o próprio Jesus Cristo viveu na Terra. São aspectos da Vida do Cristo que percebemos nas Sagradas Escrituras, na Tradição e no Magistério pelos quais os religiosos católicos vivem em restrita uniformização com Cristo, tornando-se novos "Cristos" Os Conselhos Evangélicos assim também conhecidos pois é o modo que Cristo viveu, ou melhor aconselhou, são seguidos pelos consagrados mediante os Votos ( do latim voto - prometeu) professados em institutos de vida religiosa (ordens e congregações religiosas) ou em institutos seculares.Por meio destes Votos, os religiosos seguem as constituições dos seus respectivos institutos, vivendo os conselhos evangélicos segundo o carisma de seu grupo religioso. Os Votos mais comuns são os votos de Pobreza, Castidade, e Obediência, sendo que encontramos especificamente em algumas ordens os votos de silêncio, de redenção, de permanência etc.
Alguns preconceitos ainda existem em torno dos Votos Evangelicos pois antes do Concílio Vaticano II eles eram distribuídos na seguinte ordem: obediência, castidade e pobreza, pois a concepção destes era vista de uma perspectiva muito diferente da atual. A Obediência era a mais exigente porque era a renuncia da própria liberdade e a capacidade de dominar a vontade humana; a Castidade era a renuncia as paixões e a capacidade de dominar os sentimentos e os afetos do coração; a Pobreza era considerada a menos exigente dos três, pois era vista somente em sua realidade externa, renuncia aos bens externos e a capacidade de viver na simplicidade e com poucas coisas. Mas com o Concílio modificou-se a visão escolástica que se tinha na idade media. A nova ordem é Castidade, Pobreza e Obediência, (PC 12, LG 43)* porque assim, os votos, podem ser vistos sob seu aspecto positivo enfatizando o primado da castidade, em relação a Deus, as pessoas e as coisas. Quanto ao voto de pobreza é bem verdade que os bens materiais são externos à pessoa humana, porém, o apego a eles toca profundamente o intimo do coração, em todas as suas faculdades e potencialidades, fazendo assim que nos desvirtuemos o nosso comportamento em detrimento da verdadeira riqueza, que para nós, é o Reino de Deus desmistificado em Jesus Cristo .No tocante a Obediência não deixa der ser a renúncia da própria liberdade, porém não tem valor em si, mas visa o bem maior numa perspectiva profunda de fé que provoca um ouvir com o coração.
Sendo assim peçamos sempre a Jesus, Nosso Divino Mestre, que possamos nos lançar em Seus projetos, desígnios e vontade, por meio dos Conselhos Evangélicos aos quais Ele tanto nos inspira a viver com Sua Vida, Morte e Ressurreição.
Quer saber mais sobre?
Pesquisem nas Constituições Dogmáticas do Concílio Vaticano II: Lumen Gentium - (LC)
Perfectae Caritatis - (PC)
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