sexta-feira, 11 de março de 2016

Quarta pregação de Quaresma do Pe. Raniero Cantalamessa. Texto completo.

A semelhança consiste nisto. Deus é amor e o amor exige comunhão, intercâmbio interpessoal; exige um “eu” e um “tu”. Não há amor que não seja amor de alguém; onde só há um sujeito, não pode haver amor, mas egoísmo ou narcisismo. Onde Deus é concebido como Lei ou Poder Absoluto não há necessidade de uma pluralidade de pessoas (o poder pode ser exercido sozinho). O Deus revelado por Jesus Cristo, sendo amor, é único, mas não solitário; é uno e trino. Coexistem nele unidade e distinção: unidade de natureza, de querer, da intenção, e distinção de características e de pessoas.
Duas pessoas que se amam – e o caso do homem e da mulher no matrimônio é o mais forte – reproduzem algo do que acontece na Trindade. Lá, duas pessoas – o Pai e o Filho – se amam e “sopram” o Espírito que é o amor que os funde. Houve quem chamasse o Espírito Santo de “Nós divino”, ou seja, não a “terceira pessoa da Trindade”, mas a primeira pessoa plural[7]. Precisamente nisto é que o casal humano é imagem de Deus. Marido e mulher são, de fato, uma só carne, um só coração, uma só alma, ainda que na diversidade de sexo e de personalidade. No casal se reconciliam entre si a unidade e a diversidade.

https://pt.zenit.org/articles/quarta-pregacao-de-quaresma-do-pe-raniero-cantalamessa-texto-completo/

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