segunda-feira, 27 de junho de 2016

“Vem e segue-Me” - Brasília ganha 9 novos sacerdotes

Há pouco tempo eles eram meninos correndo pelas paróquias. Eram catequizandos aprendendo os primeiros passos na vida cristã. Eram jovens recebendo os sacramentos. Estávamos acostumados a vê-los como os demais, brincando, fazendo peraltices, rezando, sorrindo. Estavam entre nós e não sabíamos que eram separados por Deus, para uma missão maior.

Participavam da vida paroquial, da vida em suas comunidades, iam a festas, namoravam até. Eles eram, a nossos olhos, jovens comuns, com atividades normais de sua idade e também com suas peculiaridades. Mas, aos olhos de Deus, eles eram “especiais”. Estavam ali, no nosso meio, para aprender a conviver e a sobreviver no mundo. Estavam em nosso mundo, mas não pertenciam a ele.

Um dia, de modo muito particular, usando meios diversos para cada um, o Senhor, em Sua Infinita Misericórdia, disse-lhes:

“Caio, vem e segue-Me!”
“Issac, vem e segue-Me!”
“José de Paula, vem e segue-Me!”
“José Fernando, vem e segue-Me!”
“Marcelo, vem e segue-Me”
“Marcus, vem e segue-Me!”
“Mateus, vem e segue-Me!”
“Paulo Rogério, vem e segue-Me!”
“Remilson, vem e segue-Me!”

Sim, o Senhor os conhece pelo nome. Ele conhece o coração de cada um. Ele os chamou um a um, pelo nome, e esperou a resposta. E eles disseram “sim”. E o seguiram. Eram meninos quando entraram no seminário. Meninos que não sabiam exatamente o que os aguardava, mas desejavam ardentemente seguir o Senhor em sua vida sacerdotal. Queriam conformar-se a Cristo Sacerdote. Sonhavam em levar as almas a Deus. Entraram ali com suas histórias e suas esperanças. Enfrentaram provações, lutaram contra si próprios, transformaram-se em homens. Aprenderam a ser homens de Deus.

Uniram-se, de maneira mais íntima, a Nossa Senhora, Mãe que os ouvia em suas dificuldades, que os amparava nos momentos de dúvida, que lhes ensinou o valor da oração e do silêncio. Perseveraram.

Aqueles meninos, aqueles jovens que costumávamos ver em nossas comunidades, pela imposição das mãos de nosso Arcebispo, tornaram-se sacerdotes. Aquelas mãos que costumávamos ver de modo tão natural, agora ungidas, serão impostas sobre nós para nos abençoar, para ministrar os sacramentos. Serão impostas sobre o pão e o vinho para nos trazer a Eucaristia. Eles nos acompanharão e se esforçarão para nos levar pelo caminho da santidade. E nós os acompanharemos em oração, auxiliaremos em suas paróquias e estaremos ao seu lado, para que se santifiquem e nos santifiquem.

Já não os veremos mais como os víamos. Não são mais os mesmos jovens. Trazem consigo a essência daqueles meninos, daqueles jovens. De filhos, sobrinhos, amigos, transformaram-se em pais espirituais. Em agradecimento por nossas orações, por nossa amizade, por nossos sacrifícios, eles nos oferecerão o Banquete diário. Imporão suas mãos sobre nós e perdoarão nossas faltas. Ordenados no Ano da Misericórdia, já não são mais jovens comuns, mas sinal do amor e da misericórdia, da presença de Deus no meio de nós.

Hoje, esposos da Santa Igreja, iniciam a vida sacerdotal. São enviados para ser Cristo em nossas comunidades. Deixam a casa paterna, deixam o seminário e assumem a corresponsabilidade por nossa salvação. Eles seguem, tendo Jesus a sua frente e Nossa Senhora a seu lado.

Que Deus os abençoe e lhes dê a perseverança. Que eles digam seu sim diário à missão a eles reservada. Que nós não nos esqueçamos deles em nossas orações.
Por Andrea Cammarota
Fotos: Adriano Brito e Priscila Maria

http://www.arquidiocesedebrasilia.org.br/noticias.php?cod=4680

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A fé e a alegria primordial - "A fé não é criada pelo homem" (Papa Bento XVI)



Não raras vezes, seres humanos pensam erroneamente sobre a fé – a fé que querem inventar como homens, sem perceber que “a fé não é criada pelo homem” (Papa Bento XVI), isto é, que a fé vem de fora, vem de Deus… Então, concebem como se o movimento da fé fosse desejar algo específico, um bem, um acontecimento, algo de material, e obter exatamente isso.

No momento em que pensam assim, confundem a fé com ideias como o “poder da mente”, “leis da atração”, ou similares… Como se a fé fosse uma questão de vontade, de forçar energia voluntária sobre alguma coisa, para atrair essa coisa a partir de alguma força obscura que, então, acreditam poder manipular… Pensam em Deus como sendo um provedor de seus desejos materiais, com quem dialogam apenas quando querem alguma coisa específica…

Mas não é este o nosso Criador: Deus não responde às manipulações do homem, mesmo as que são aparentemente “espirituais”, pois Deus conhece toda a profundidade do espírito. Ignora, este homem que se confunde sobre a fé, que o senso de ser apascentado como ovelha do rebanho divino, de aceitar o Senhor como o Pastor e segui-Lo, é o de entregar-se aos Seus desejos sobre nós, e não aos nossos desejos sobre Ele. Nesse sentido, é deixar-se manipular por Ele, conhecendo então a grande sorte espiritual (a segurança vital) de que Deus não conhece a manipulação maliciosa do mundo humano regido pelo pecado, pela separação e pela distorção: Deus nos manipula apenas de acordo com a Verdade, pois Deus é a Verdade.

Deus nos conduz ao reencontro com a vida verdadeira que se escondia em nós, quando, anteriormente, tomados pela mentira, ainda a manipulávamos. Seguindo o caminho de Deus, reconhecemos que parar de manipular a vida, com mentira e malícia, é entregar a vida à verdade, pois é à Verdade que Deus, o Pastor, conduz suas ovelhas, e a fé é o que liga as ovelhas ao Pastor, que reencaminha os homens a Deus.

Sem a fé, o caminho se obscurece, nos perdemos, nos desviamos, nos separamos da vida, ou seguimos rotas de engano, rotas fadadas ao fracasso, pois são as rotas daqueles que esqueceram – que não sabem mais ver o caminho onde está – o Pastor, o Criador que é a fonte da água da vida, e então se dedicam à manutenção de cisternas quebradas que não seguram nenhuma água, como anunciou o profeta Jeremias.

A verdadeira fé, portanto, é uma disposição integral de espírito, um modo de viver e de doar-se à vida; uma fé que vem de Deus, e que entra caso você queira ser preenchido por ela, e o principal fruto que ela traz e gera é… mais fé.

Ainda mais fé!

É como a vida, que gera mais vida, que se multiplica enquanto Vida.

A fé se multiplica enquanto fé…

E o que ela traz, também, quando se multiplica em nós como fé, é uma indescritível e profunda alegria espiritual, uma alegria que não tem objeto – que não é por ter conseguido essa ou aquela conquista material, mesmo que conquistas materiais possam haver e sejam bem-vindas – mas a alegria por ter encontrado, reconhecido e sentido a Presença da única fonte de todas as genuínas alegrias: Deus, a fonte das águas da vida.

Viver é também se alegrar por estar vivo: este alegrar-se faz parte da própria existência da vida e de seus movimentos intrínsecos, da fonte divina. A alegria por sentir-se vivo, e por sentir-se purificado pela própria vida, este é o sentido da vida. Sentir a vida, em sua presença integral, preenchida do Santo Espírito, dispensa qualquer interrogação intelectual e filosófica sobre o sentido da vida. A vida só não tem mais sentido, esvazia-se dele, e demanda uma investigação sobre isso, quando não pode mais ser sentida em si mesma. Mas quando é sentida como vida viva, não separada de si mesma, nos faz conhecer Deus diretamente, Aquele de quem a Vida é um dom, e somos de novo preenchidos por sua Alegria primordial. Quão alegre Deus deve ter sentido a Si Mesmo quando criou a Vida! Tentem imaginar essa Alegria, a Alegria da Criação!

Quando recebemos a bênção de acessar um pedaço sequer dessa Alegria, que aparece e nos visita quando temos proximidade com Deus, O obedecemos e reconhecemos a nossa criaturalidade; que nos chega com a genuína fé, e a fé então se multiplica em nós como mais fé – como uma nascente aberta, fazendo fluir o dom inesgotável do Deus Vivo – podemos entender as fortíssimas emoções que sentia o Rei Davi, quando dançava, compunha e cantava seus Salmos em adoração ao seu Senhor.

“Ó, Senhor, como são grandes os seus trabalhos, e seus pensamentos são muito profundos” (Salmo 92,5).

Missas de cura e libertação: o que a Igreja diz? Uma pergunta que todo católico precisa saber responder


No Missal Romano, há uma seção intitulada “Missas para diversas necessidades”, a qual pode ser utilizada para diversas finalidades particulares. Existem ainda as Missas especiais de Rogações, as Missas para as Quatro Têmporas e uma Missa “pelos enfermos”. Mas e Missas para “curar e libertar”? Roma jamais promulgou um próprio para uma Missa deste tipo. Por tanto, se não há no Missal Romano um próprio para que se celebre tal culto, não se deve celebrá-lo.

Poderíamos argumentar que “toda Missa cura e liberta”, uma vez que basta o Milagre Eucarístico e a comunhão para sanar todos os males, mas ao que parece este mesmo argumento se vê ultrapassado uma vez que há padres utilizando-se de argumentos espertos que vão desde “estas Missas se celebram de uma forma diferente” até “dinâmicas” que são introduzidas ao gosto do freguês, mesmo sem negar a natureza curativa e libertadora do Sacrifício de Cristo.

Os dois argumentos acima são falhos e criminosos em si mesmos, mas não é deles que trataremos. Definamos então as características básicas de uma Missa de Cura e libertação e analisemos se sua natureza condiz ou não com a Doutrina da Igreja. Nestas Missas são introduzidos:
Orações por cura e libertação;
Cantos emotivos e não litúrgicos;
Homilias artificiais, escandalosas e destoantes da Liturgia da Palavra no dia;
Novos momentos na ação litúrgica;
Exposição do Santíssimo Sacramento no ostensório ainda durante a Missa, e;
Gestos alheios às prescrições do Missal Romano.

Reconhecidas estas introduções, analisemos então.

[...]

Assim, cremos ter justificado conforme o ensinamento da Igreja que: não, Missa de Cura e Libertação NÃO PODE.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

O Papa Francisco ofereceu chaves de leitura para a sua exortação apostólica Amoris Laetitia

O Papa Francisco ofereceu uma profunda reflexão e chaves de leitura para a sua exortação apostólica Amoris Laetitia, recentemente publicada. O Santo Padre aproveitou a abertura do Congresso Eclesial da Diocese de Roma, na Basílica de São João de Latrão, que este ano aborda precisamente tal documento pontifício para recuperar algumas “ideias/tensões –chaves, surgidas durante o caminho sinodal” que podem ajudar a compreender melhor o espírito que se reflete na exortação.

E para fazê-lo utilizou três imagens bíblicas das quais tirou três conclusões: a vida de cada pessoa, a vida de cada família deve ser tratada com muito respeito e cuidado, especialmente quando refletimos sobre essas coisas; ter cuidado para não fazer uma pastoral de guetos e para guetos; dar espaço aos anciãos para que voltem a sonhar.

“Tire as sandálias, pois o chão que está pisando é uma terra santa.” Esta foi a primeira imagem usada pelo Papa em seu discurso. A este respeito destacou que o terreno que tinha que atravessar, os temas a serem enfrentados no Sínodo, “precisavam de uma atitude determinada”. Tínhamos na frente uma – esclareceu – os rostos concretos de muitas famílias. “Este dar rosto aos temas exigia e exige um clima de respeito capaz de ajudar-nos e escutar aquilo que Deus nos está dizendo dentro das nossas situações”, explicou o Papa.

Um respeito “carregado de preocupações e perguntas honestas que olhavam para o cuidado das vidas que somos chamados a pastorear”. O dar rosto aos temas, assegurou o Santo Padre, ajuda a “não ter pressa para obter conclusões bem formuladas, mas muitas vezes sem vida” e ajuda “para não falar em abstracto”. Porque muitas vezes nos tornamos ‘pelagianos’, disse.

Também afirmou que as famílias “não são um problema, mas uma oportunidade que Deus nos coloca à frente”. Oportunidade que “nos desafia a suscitar uma criatividade missionária capaz de abraçar todas as situações concretas” e não só nas nossas paróquias, mas saindo a busca-las. Outro desafio ao que fez referência é o do “não dar nada nem ninguém por perdido, mas buscar, renovar a esperança de saber que Deus continua atuando dentro das nossas famílias”, “não abandonar ninguém porque não está à altura do que lhe foi pedido”. Refletir sobre a vida das nossas famílias – insistiu Francisco – assim como são e assim como estão, nos pede para tirar as sandálias para descobrir a presença de Deus.

A segunda imagem é a do fariseu quando ora dizendo: “Meu Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, ladrões, injustos e adúlteros; nem sequer como esse publicano”. A este respeito, o Pontífice advertiu que uma das tentações às quais estamos expostos continuamente é ter uma “lógica separatista”, especialmente os que vivem em uma situação diferente. O Papa garantiu que não podemos analisar, refletir e rezar sobre a realidade “como se estivéssemos em lados ou caminhos diferentes, como se estivéssemos fora da história”. Todos – sublinhou – necessitamos de conversão.

Também indicou que o acento colocado na misericórdia “nos coloca diante da realidade de forma realista, mas não com um realismo qualquer, mas com o realismo de Deus”. As análises são importantes e necessárias, mas “nada se pode comparar com o realismo evangélico, que não para diante das descrições das situações, das problemáticas – menos ainda diante do pecado – mas vai sempre além e consegue ver detrás de cada rosto, de cada história, de cada situação, uma oportunidade, uma possibilidade”. O Papa garantiu que isso não significa não ser claros na doutrina, mas “evitar cair em julgamentos e atitudes que não assumem a complexidade da vida”.

O realismo evangélico – disse – suja as mãos porque sabe que “grão e ervas daninhas” crescem juntos, e o melhor grão, nesta vida, estará sempre misturado com um pouco de ervas daninhas.

Recordou um capitel medieval em uma Igreja na França no começo do caminho a Santiago, no qual está Judas que se enforca e do outro lado Jesus que o carrega. E voltando à imagem bíblica do fariseu destacou o perigo do Graças te dou porque sou da Ação Católica, da Cáritas, etc. e não como os destes bairros que são delinquentes… “isso não ajuda à pastoral”, disse o Papa.

Finalmente, a terceira imagem evocada pelo Papa é “seus anciãos terão sonhos proféticos” do livro de Joel. Com esta imagem o Santo Padre quis sublinhar a importância que os Padre sinodais deram ao valor do testemunho como lugar em que se pode encontrar o sonho de Deus e a vida dos homens.

Os sonhos dos anciãos vão junto com “as visões dos jovens”. Por isso, o Pontífice disse que é bonito encontrar matrimônios, casais, que sendo maiores continuam se procurando, se olhando, se querendo e se escolhendo. “É muito bonito encontrar ‘avós’ que mostram nos seus rostos enrugados pelo tempo a alegria que nasce do ter feito uma escolha de amor e pelo amor”, sublinhou. E a contradição daquele que casa e pensa: ‘não me preocupo, em dois ou três anos volto à casa da minha mãe”.

Nesta linha advertiu que como sociedade “privamos da sua voz os anciãos, e isso é um pecado social de agora. Privamos eles do seu espaço”. E descartando-os, “descartamos a possibilidade de tomar contato com o segredo que lhes permitiu seguir em frente”. Esta falta de modelos – observou Francisco – não permite às jovens gerações ter visões.

“Nós precisamos dos sonhos dos avós”, disse. E acrescentou que não por acaso quando Jesus é levado ao templo foi recebido por dois avós que contaram o seu sonho. “Este é o momento dos avós… que sonhem e os jovens aprendam a profetizar estes sonhos”.

Em conclusão, o Santo Padre convidou a desenvolver uma pastoral familiar capaz de receber, acompanhar, discernir e integrar. Uma pastoral – disse – quer permita e faça possível o andaime adequado para que a vida confiada a nós encontre o apoio de quem tem necessidade para desenvolver-se segundo o sonho de Deus.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Bento XVI celebrará com o papa Francisco os seus 65 anos de sacerdócio. Será no Vaticano, neste próximo 28 de junho

O papa emérito Bento XVI celebrará no próximo dia 29 de junho os seus 65 anos de ordenação como sacerdote da Igreja católica!

A ocasião extraordinária será marcada, no dia 28 de junho, por uma celebração solene presidida pelo papa Francisco na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano, em presença do festejado.

O papa emérito receberá como presente um livro sobre o sacerdócio produzido especialmente em sua homenagem, conforme divulgado pela Fundação Ratzinger.

Joseph Ratzinger foi ordenado sacerdote na festa de São Pedro e São Paulo do ano de 1951, na catedral de Freising (Frisinga), na Alemanha, juntamente com seu irmão mais velho, o pe. Georg. Eles receberam a ordenação das mãos do cardeal Michael von Faulhaber, o então arcebispo de Munique.

“Éramos mais de quarenta candidatos. Quando nos chamaram, respondemos: ‘Eis-me aqui’”, relata o próprio papa emérito na sua autobiografia.

Após renunciar ao pontificado, Bento XVI respeitou fielmente o próprio retiro em uma vida de oração e dedicação aos aprofundamentos teológicos e filosóficos, aparecendo muito raramente em público. A sua última aparição pública foi durante a abertura do Jubileu da Misericórdia, em 8 de dezembro do ano passado.


http://pt.aleteia.org/2016/06/15/bento-xvi-celebrara-com-o-papa-francisco-os-sus-65-anos-de-sacerdocio/

terça-feira, 7 de junho de 2016

O sacerdote deve dedicar tempo e reflexão para preparar suas homilias

ZENIT conversou com um dos professores de oratória mais conhecidos do Brasil, Reinaldo Polito, Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante e escritor

Seria aconselhável um curso de oratória durante a preparação sacerdotal nos seminários? E no exercício do próprio ministério: como lidar com a pregação diária, que é parte essencial do munus sacerdotal?
ZENIT conversou com um dos professores de oratória mais conhecidos no Brasil e também no exterior, Reinaldo Polito, Mestre em Ciências da Comunicação, palestrante e escritor.
Polito ensina oratória na sua própria escola e nos cursos de pós-graduação na ECA-USP. Publicou 27 livros com um milhão e meio de exemplares em todo o mundo. Seu site é www.polito.com.br
Acompanhe essa entrevista abaixo:
***
ZENIT: Você já ensinou oratória para sacerdotes católicos? Qual a diferença de um sacerdote para outros oradores?
Reinaldo Polito
Reinaldo Polito: Sim, é muito comum recebermos em nossa escola sacerdotes católicos que desejam aprimorar a arte de falar em público. O sacerdote inicia suas apresentações com a credibilidade que a igreja lhe confere. Portanto essa confiança que o orador precisa conquistar no início da apresentação, de alguma maneira estará presente já no primeiro contato com o público. Embora os sacerdotes possam se valer dos mais diferentes recursos para atingir seus objetivos, quase sempre sua argumentação se apoia na palavra da Bíblia. Em determinadas circunstâncias usam uma passagem das Escrituras Sagradas para exemplificar seus argumentos, em outros momentos, ao contrário, desenvolvem seus argumentos a partir dos ensinamentos da Bíblia.
Os oradores que não têm atividades religiosas podem ter credibilidade pelas pesquisas e trabalhos que realizaram, pelas obras que escreveram, mas diferentemente dos sacerdotes, em quase todas as situações devem dedicar boa parte de suas apresentações para que sua mensagem seja acreditada.
ZENIT: Na sua opinião como um sacerdote poderia passar a mensagem com eficácia para o homem de hoje?
Reinaldo Polito: Se analisarmos bem, os problemas e as aspirações da humanidade continuam praticamente os mesmos desde os primórdios. Os pecados, os medos, as esperanças são questões perenes. O que muda é o contexto em que elas estão inseridas. Para que o sacerdote transmita de forma eficiente uma mensagem precisa saber como esses problemas afetam a vida das pessoas nos dias de hoje. O sacerdote não pode se mostrar desconectado do seu tempo. Deve sim mostrar que está consciente das aflições, das alegrias, dos desafios presentes na vida de todos que procuram a igreja. Só assim poderá fazer com que sua mensagem atinja o coração e a vontade das pessoas.
ZENIT: Um sacerdote deve enfrentar-se com vários estilos de homilias (missa dominical, casamento, velório, batismo…), cada uma diametralmente diversa da outra. Como ser um pregador de tantos estilos tão diferentes?
Reinaldo Polito: As situações são distintas, mas os aspectos relevantes da comunicação continuam praticamente os mesmos em todas as circunstâncias. A voz bem articulada, a pausa bem produzida, o ritmo envolvente, a expressão corporal elegante e harmoniosa, a concatenação lógica do raciocínio devem estar presentes em cada fala do sacerdote. Com um pouco de observação e habilidade o sacerdote fará as adaptações necessárias a cada momento. Saberá assim que o tom de voz usado em um velório deve ser distinto daquele exigido para celebrar um casamento. Assim como o ritmo da missa dominical deve ser diverso do usado nos batismos.
Se pensarmos bem, não é diferente do que as pessoas fazem no seu dia a dia. Um profissional, por exemplo, deve ter uma comunicação própria da vida corporativa para apresentar um projeto na empresa, diferente da forma como se apresenta para defender um trabalho acadêmico, e mais diferente ainda quando precisa se expressar de maneira solta e intimista no relacionamento com amigos e familiares. Assim como nas atividades do sacerdote, sempre será preciso fazer ajustes e adaptações a cada tipo de apresentação.
ZENIT: Do seu ponto de vista, como deveria ser a formação oratória em um seminário?
Reinaldo Polito: A formação oratória em um seminário deveria ter como objetivo cultivar as características e potencial dos estudantes da Arte de Falar em Público. Se avaliarmos os grandes pregadores da história não encontraremos nenhum semelhante ao outro. Vieira foi tão grandioso quanto Manuel Bernardes. Mesmo sendo contemporâneos e atravessando os séculos seus estilos foram distintos. Enquanto Vieira empolgava com seus voos oratórios, Bernardes se recolhia em suas reflexões e cultivava a simplicidade.
No passado só poderia aspirar ser um pregador aquele que tivesse voz forte . J. I. Roquete na sua obra “Manual de eloquência sagrada”, publicado em 1878 dizia: Quando a natureza não nos deu uma voz, por assim dizer, pregadora, não pode adquirir-se com arte, porque nenhuma arte pode fazer clara e sonora uma voz naturalmente escura.
Hoje, esse conceito pode ser contrariado. Um curso que oriente o pregador a usar de forma correta e eficiente os modernos microfones, independentemente da força da sua voz, poderá desenvolver boa qualidade de comunicação.
Precisa o pregador também aprender a alternar o volume da voz e a velocidade da fala a fim de que o ritmo seja sempre agradável, envolvente e instigante para que os ouvintes se sintam sempre motivados a acompanhar sua mensagem.
A postura e a gesticulação devem ser aspectos relevantes no curso de oratória nos seminários. O sacerdote que se posiciona de forma elegante e gesticula de maneira harmoniosa faz com que sua mensagem chegue com mais facilidade aos ouvintes. A expressão corporal defeituosa é um sério empecilho para o bom desempenho do pregador.
As aulas deveriam também privilegiar o estudo da retórica. Somente aquele que sabe como iniciar, preparar, desenvolver e concluir suas pregações será bem compreendido pelos ouvintes.
Nenhum curso será eficiente se não promover a prática constante dos conceitos teóricos. De preferência que esses exercícios sejam gravados e avaliados. Assim o estudante terá consciência dos pontos positivos da sua comunicação e quais são os aspectos que precisam ser aperfeiçoados.
ZENIT: O Brasil conta com vários sacerdotes midiáticos, músicos e cantores. Nesse mar você consegue vislumbrar algum outro padre Antônio Vieira?
29 minutos
Reinaldo Polito: Se Vieira vivesse hoje, talvez pudesse ser visto também como um pregador midiático. O que mudou foi o espetáculo tecnológico das pregações. Há aqueles que condenam esse tipo de comunicação. Dizem que o sacerdote deve se comunicar com a simplicidade e a pureza de Bernardes. Enquanto outros aplaudem e incentivam a comunicação espetacular. Tanto uma quanto outra, desde que atinjam seus objetivos e levem às pessoas a palavra de Deus, poderão receber o carimbo da eficiência. Assim, sem dúvida, outros Vieiras poderão estar entre nós.
ZENIT: O sacerdote deveria ter o feedback do seu auditório? Que conselho você daria nesse sentido?
Reinaldo Polito: Quando ministro um curso ou profiro uma palestra fico aguardando o melhor de todos os feedbacks que poderia receber – o convite para ministrar um novo curso ou nova palestra. Fico feliz também quando esses que me contrataram indicam meu trabalho para outras pessoas ou empresas.
Assim deve ser com as pregações do sacerdote. Se as pessoas continuarem acorrendo para vê-lo novamente, significa que sua comunicação e sua mensagem cumprem bem sua finalidade. Se, ao contrário, a igreja começar a esvaziar, algum acerto de rumo deve ser realizado.
Conversas informais com os fiéis, sem demonstrar que deseja receber feedbacks, talvez sejam mais produtivas. Nas entrelinhas, nas observações, nos comentários casuais o sacerdote poderá ter uma boa avaliação de como tem sido seu desempenho.
ZENIT: A linguagem muito teológica e acadêmica, a falta de preparação das homilias, a improvisação, o abuso do tempo (às vezes 1 hora), a utilização de outros recursos (oração em línguas, canto, etc, etc…), são alguns elementos que, alguns fieis gostam, mas outros não… qual a sua visão sobre a pregação sacerdotal no Brasil hoje?
Reinaldo Polito: A pregação deve ter a medida exata. Se o sacerdote falar menos do que deveria, deixará de aproveitar a oportunidade para que a mensagem seja comunicada na sua amplitude. Se, por outro lado, falar além do tempo razoável, cansará o público e perderá o interesse das pessoas.
A linguagem deve ser entendida pelos ouvintes. Houve época em que o sacerdote usava linguagem tão rebuscada que somente o juiz de direito, o diretor da escola e algumas poucas autoridades compreendiam o que dizia. Essa maneira de pregar sofreu alterações, foi simplificada para facilitar o entendimento do público. Mesmo assim, alguns continuam insistindo nas pregações mais complexas. O resultado é quase sempre negativo.
O sacerdote deve dedicar tempo e reflexão para preparar suas homilias. É o momento em que ele mostra aos fiéis como os ensinamentos da Sagrada Escritura estão relacionados aos momentos que vivenciam no dia a dia. Aquele que improvisa ou não se prepara se torna repetitivo, cansativo, e até enfadonho. A homilia deve ser atraente pelo tema que desenvolve, pela relação das passagens da Bíblia com a realidade social, pela novidade que apresenta e pela motivação e competência oratória do sacerdote. Se faltar um ou mais desses ingredientes, poderá ocorrer o desinteresse dos fiéis.
A pregação sacerdotal no Brasil hoje tem se adaptado aos tempos modernos. Os sacerdotes procuram falar a linguagem dos nossos dias e envolver as pessoas a partir de orientações para que resolvam seus problemas, se aproximem da igreja e tenham esperança em dias melhores.
Como estão próximos da sua comunidade, devem se preocupar sempre com a maneira como se comportam. E isso não é novo. Citando mais uma vez Vieira, dizia o grande pregador no Sermão da Sexagésima: “Sabem, Padres Pregadores, por que fazem pouco abalo os nossos sermões? Porque não pregamos aos olhos, pregamos só aos ouvidos. Por que convertia o Batista tantos pecadores? Por que assim como suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos”.
ZENIT: No seu ponto de vista, qual deveria ser a pregação ideal de um sacerdote em uma missa dominical?
Reinaldo Polito: Falar tudo o que for preciso, no menor tempo possível. Ser sempre uma novidade interessante para os fiéis. Mostrar como a igreja e a palavra da Bíblia estão presentes nas questões do seu dia a dia. Ser uma conversa animada, natural, com envolvimento e disposição. Pelo menos é o que o Papa Francisco tem procurado fazer todas as vezes em que fala em público. Seria um bom exemplo a ser seguido.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Homilia do Santo Padre na Santa Missa do Jubileu dos Sacerdotes

Celebrando o Jubileu dos Sacerdotes na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, somos chamados a concentrar-nos no coração, ou seja, na interioridade, nas raízes mais robustas da vida, no núcleo dos afetos, numa palavra, no centro da pessoa. E hoje fixamos o olhar em dois corações: o Coração do Bom Pastor e o nosso coração de pastores.
O Coração do Bom Pastor é, não apenas o Coração que tem misericórdia de nós, mas a própria misericórdia. Nele resplandece o amor do Pai; nele tenho a certeza de ser acolhido e compreendido como sou; nele, com todas as minhas limitações e os meus pecados, saboreio a certeza de ser escolhido e amado. Fixando aquele Coração, renovo o primeiro amor: a memória de quando o Senhor me tocou no mais íntimo e me chamou para O seguir; a alegria de, à sua Palavra, ter lançado as redes da vida (cf. Lc 5, 5).
O Coração do Bom Pastor diz-nos que o seu amor não tem limites, não se cansa nem se arrende jamais. Nele vemos a sua doação incessante, sem limites; nele encontramos a fonte do amor fiel e manso, que deixa livres e torna livres; nele descobrimos sempre de novo que Jesus nos ama «até ao fim» (Jo 13,1) – não se detém antes, ama até ao fim –, sem nunca se impor.
O Coração do Bom Pastor está inclinado para nós, concentrado especialmente sobre quem está mais distante; para aí aponta obstinadamente a agulha da sua bússola, por essa pessoa revela um fraquinho particular de amor, porque deseja alcançar a todos e não perder ninguém.
À vista do Coração de Jesus, surge a questão fundamental da nossa vida sacerdotal: para onde está orientado o meu coração? Uma pergunta que nós, sacerdotes, nos devemos pôr muitas vezes, cada dia, cada semana: para onde está orientado o meu coração? O ministério aparece, com frequência, cheio das mais variadas iniciativas, que o reclamam em tantas frentes: da catequese à liturgia, à caridade, aos compromissos pastorais e mesmo administrativos. No meio de tantas atividades, permanece a questão: onde está fixo o meu coração? (Vem-me à mente aquela oração tão bela da liturgia: «Ubi vera sunt gaudia…»). Para onde aponta o coração? Qual é o tesouro que procura? Porque – diz Jesus – «onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6, 21). Todos nós temos fraquezas e também pecados. Mas procuremos ir ao fundo, à raiz: Onde está a raiz das nossas fraquezas, dos nossos pecados, ou seja, onde está precisamente aquele «tesouro» que nos afasta do Senhor?
Os tesouros insubstituíveis do Coração de Jesus são dois: o Pai e nós. As suas jornadas transcorriam entre a oração ao Pai e o encontro com as pessoas. Não distanciamento, mas o encontro. Também o coração do pastor de Cristo só conhece duas direções: o Senhor e as pessoas. O coração do sacerdote é um coração trespassado pelo amor do Senhor; por isso já não olha para si mesmo – não deveria olhar para si mesmo –, mas está fixo em Deus e nos irmãos. Já não é «um coração dançarino», que se deixa atrair pela sugestão do momento ou que corre daqui para ali à procura de consensos e pequenas satisfações; ao contrário, é um coração firme no Senhor, conquistado pelo Espírito Santo, aberto e disponível aos irmãos. E nisso têm solução os seus pecados.
Para ajudar o nosso coração a inflamar-se na caridade de Jesus Bom Pastor, podemos treinar-nos a fazer nossas três ações que as Leituras de hoje nos sugerem: procurarincluir e alegrar-se.
Procurar. O profeta Ezequiel lembrou-nos que Deus em pessoa procura as suas ovelhas (34, 11.16). Ele – diz o Evangelho – «vai à procura da que se tinha perdido» (Lc 15, 4), sem se deixar atemorizar pelos riscos; sem hesitação, aventura-se para além dos lugares de pastagem e fora das horas de trabalho. E não exige pagamento das horas extraordinárias. Não adia a busca; não pensa: «hoje já cumpri o meu dever; veremos se me ocupo disso amanhã», mas põe-se imediatamente em campo; o seu coração está inquieto enquanto não encontra aquela única ovelha perdida. Tendo-a encontrado, esquece-se do cansaço e carrega-a aos ombros, cheio de alegria. Umas vezes terá de sair à sua procura, falar-lhe, convencê-la; outras deverá permanecer diante do Sacrário, «lutando» com o Senhor por aquela ovelha.
Tal é o coração que procura: é um coração que não privatiza os tempos e os espaços. Ai dos pastores que privatizam o seu ministério! Não é cioso da sua legítima tranquilidade – disse «legítima»; nem sequer desta –, e nunca pretende que não o perturbem. O pastor segundo o coração de Deus não defende as comodidades próprias, não se preocupa por tutelar o seu bom nome, mas será caluniado, como Jesus. Sem medo das críticas, está disposto a arriscar para imitar o seu Senhor. «Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem…» (Mt 5, 11).
O pastor segundo Jesus tem o coração livre para deixar as suas coisas, não vive fazendo a contabilidade do que tem e das horas de serviço: não é um contabilista do espírito, mas um bom Samaritano à procura dos necessitados. É um pastor, não um inspetor do rebanho; e dedica-se à missão, não a cinquenta ou sessenta por cento, mas com todo o seu ser. Indo à procura encontra, e encontra porque arrisca. Se o pastor não arrisca, não encontra. Não se detém com as decepções nem se arrende às fadigas; na realidade, é obstinado no bem, ungido pela obstinação divina de que ninguém se extravie. Por isso não só mantém as portas abertas, mas sai à procura de quem já não quer entrar pela porta. Como todo o bom cristão, e como exemplo para cada cristão, está sempre em saída de si mesmo. O epicentro do seu coração está fora dele: é um descentrado de si mesmo, porque centrado apenas em Jesus. Não é atraído pelo seu eu, mas pelo Tu de Deus e pelo “nós” dos homens.
Segunda palavra: incluir. Cristo ama e conhece as suas ovelhas, dá a vida por elas e nenhuma Lhe é desconhecida (cf. Jo 10, 11-14). O seu rebanho é a sua família e a sua vida. Não é um líder temido pelas ovelhas, mas o Pastor que caminha com elas e as chama pelo nome (cf. Jo 10, 3-4). E quer reunir as ovelhas que ainda não habitam com Ele (cf. Jo 10, 16).
Assim é também o sacerdote de Cristo: é ungido para o povo, não para escolher os seus próprios projetos, mas para estar perto do povo concreto que Deus, através da Igreja, lhe confiou. Ninguém fica excluído do seu coração, da sua oração e do seu sorriso. Com olhar amoroso e coração de pai acolhe, inclui e, quando tem que corrigir, é sempre para aproximar; não despreza ninguém, estando pronto a sujar as mãos por todos. O Bom Pastor não usa luvas… Ministro da comunhão que celebra e vive, não espera cumprimentos e elogios dos outros, mas é o primeiro a dar uma mão, rejeitando as murmurações, os juízos e os venenos. Com paciência, escuta os problemas e acompanha os passos das pessoas, concedendo o perdão divino com generosa compaixão. Não ralha a quem deixa ou perde a estrada, mas está sempre pronto a reintegrar e a compor as contendas. É um homem que sabe incluir.
Alegrar-se. Deus está «cheio de alegria» (Lc 15, 5): a sua alegria nasce do perdão, da vida que ressurge, do filho que respira novamente o ar de casa. A alegria de Jesus Bom Pastor não é uma alegria por Si, mas uma alegria pelos outros e com os outros, a alegria verdadeira do amor. Esta é também a alegria do sacerdote. É transformado pela misericórdia que dá gratuitamente. Na oração, descobre a consolação de Deus e experimenta que nada é mais forte do que o seu amor. Por isso permanece sereno interiormente, sentindo-se feliz por ser um canal de misericórdia, por aproximar o homem do Coração de Deus. Nele a tristeza não é normal, mas apenas passageira; a dureza é-lhe estranha, porque é pastor segundo o Coração manso de Deus.
Queridos sacerdotes, na Celebração Eucarística, reencontramos todos os dias esta nossa identidade de pastores. De cada vez podemos fazer verdadeiramente nossas as suas palavras: «Este é o meu corpo que será entregue por vós». É o sentido da nossa vida, são as palavras com que, de certa forma, podemos renovar diariamente as promessas da nossa Ordenação. Agradeço-vos pelo vosso «sim», e por tantos «sins» diários, escondidos, que só o Senhor conhece. Agradeço-vos pelo vosso «sim a doar a vida unidos a Jesus: aqui está a fonte pura da nossa alegria.