terça-feira, 22 de março de 2016

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 41



Penúltimo dia


Evangelho do dia: Jo 13,21-33.36-38

21. Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!...
22. Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava.
23. Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus.
24. Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: Dize-nos, de quem é que ele fala.
25. Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: Senhor, quem é?
26. Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
27. Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: O que queres fazer, faze-o depressa.
28. Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera.
29. Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: Compra aquilo de que temos necessidade para a festa. Ou: Dá alguma coisa aos pobres.
30. Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite...
31. Logo que Judas saiu, Jesus disse: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele.
32. Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará em breve.
33. Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir.
34. Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.
35. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
36. Perguntou-lhe Simão Pedro: Senhor, para onde vais? Jesus respondeu-lhe: Para onde vou, não podes seguir-me agora, mas seguir-me-ás mais tarde.
37. Pedro tornou a perguntar: Senhor, por que te não posso seguir agora? Darei a minha vida por ti!
38. Respondeu-lhe Jesus: Darás a tua vida por mim!... Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo até que me negues três vezes.


E a sugestão de uma abstinência.


Que o Divino Mestre o acompanhe neste penúltimo dia da Quaresma!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 40



Mais uma sugestão de mudança de atitude decorrente da conversão produto da Quaresma.


Entregue-se ao Divino Mestre nesta Semana Santa!

sexta-feira, 18 de março de 2016

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 39



Domingo de Ramos

Dia do Senhor, Dia da Família

Sugestão de mudança de atitude resultante das reflexões e da conversão produto da Quaresma.

Um domingo muito abençoado pelo Divino Mestre!

Viva a Semana Santa com toda intensidade para participar da alegria da ressurreição!

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 38


Se você ainda não fez, está na hora de cumprir este Mandamento da Igreja, que é mãe e sabe o que é melhor, fundamental, imprescindível para seus filhos!

E se já fez, que tal outra vez?

Lembre que a confissão pode gerar indulgência plenária!

Sugestões de roteiros de exame de consciência:

http://www.maeperegrina.org.br/artigos/diversos/para-um-bom-exame-de-consciencia-e-confissao/

http://www.comshalom.org/exame-de-consciencia-2/

http://www.acidigital.com/sacramentos/penitencia/exame.htm

http://missatridentinaembrasilia.org/2013/08/28/instrucao-exame-de-consciencia-para-adultos/



O Divino Mestre espera por você no confessionário!

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 37




Faça o que se propõe hoje! Você vai ver que a maior alegria é a sua!


Texto bíblico:
1. Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu.
2. Quando, pois, dás esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
3. Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita.
4. Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á.


Que o Divino Mestre te recompense em dobro!

quinta-feira, 17 de março de 2016

Fazer o bem sem olhar a quem e sem esperar nada em troca


Quando Deus criou o homem e a mulher, nos fez a sua imagem e semelhança. Todos nós já escutamos isso alguma vez na vida, mas quantos de nós paramos para pensar no que isso realmente significa? Se olhamos um pouco melhor essa realidade, poderemos entender melhor quem é o ser humano e porque ele se realiza quando ama aos demais, sem importar quem é o outro e sem esperar nada em troca.

A nossa semelhança com Deus consiste, sem querer esgotar tudo o que essa realidade é, em poder amar como Deus ama. De fato, quando olhamos para o interior da Santíssima Trindade, o que vemos? Um Pai que ama totalmente o seu Filho, que por sua vez ama e se entrega totalmente ao Pai, ambos nesse Espírito Santo de Amor. Por isso podemos dizer, junto com São João, “Deus é amor”.

O ser humano foi criado para viver essa mesma realidade de comunhão com Deus e com os irmãos humanos. Infelizmente, muitas vezes dizemos não ao amor e preferimos viver encerrados no nosso egoísmo. Quando o fazemos, estamos indo contra o sentido que Deus colocou para nossas vidas. Nos experimentamos sozinhos, isolados, tristes e sem direção.

Na internet eu pude encontrar a seguinte frase em uma página de mensagens: “Fazer o bem sem olhar à quem e não esperar nada em troca, é uma maneira de encontrar a felicidade”. Eu não sei se a autora do site conhece um pouco da identidade do homem criada por Deus, mas ela conseguiu entender que a nossa felicidade está nessa entrega ao outro. Isso acontece porque quando vivemos assim, estamos realizando o plano de Deus para nossas vidas, estamos fazendo e vivendo o que somos feitos para fazer e viver.

Tentando colocar uma imagem para exemplificar essa realidade, podemos pensar em um carro que é movido a gasolina. Se colocamos álcool no tanque, o que vai acontecer? O carro não vai funcionar direito. Isso acontece quando enchemos nossa vida com o egoísmo, podemos até andar um pouco, mas vamos engasgar e cedo ou tarde o motor vai pifar. Por outro lado, quando o tanque fica cheio de gasolina, o carro funciona bem. Qual seria então o nosso combustível? O amor. Quando amamos de verdade, as coisas cobram sentido, experimentamos uma vida vivida a plenitude, percebemos que, apesar das dificuldades, vamos pelo caminho certo.

Agora, a segunda parte da frase, “e não esperar nada em troca”, merece uma atenção especial. Quer dizer que eu não ganho nada se vivo o amor? São João da Cruz responde dizendo que o amor é o pagamento do próprio amor. Ou seja, quando amamos, nos experimentamos realizados e, em outras palavras, não queremos esperar nada em troca porque já possuímos tudo o que necessitamos.

São Bernardo resume tudo isso de maneira muito mais bonita e clara quando diz: “Vocês querem então saber de mim por qual motivo e em que medida nós devemos amar a Deus? Pois bem, eu vos direi que o motivo do nosso amor por Deus, é Ele mesmo, e que a medida deste amor é amar sem medida”

O amor é o que mais nos assemelha a Deus e, por isso mesmo, o que mais nos faz felizes. A fonte desse amor é o próprio Deus e, por tanto, quanto mais o amamos (O que implica amar também aos nossos irmãos e irmãs), mais felizes somos. E se um dia conseguimos amar sem medida, ou seja, infinitamente, seremos felizes também sem medida. Essa é a nossa meta, essa é a única maneira realmente autêntica de sermos felizes.

Estamos em um tempo muito propício para buscar viver dessa maneira. Na quaresma podemos propor-nos viver de maneira mais intensa à semelhança com o Senhor Jesus. É uma maneira de provar se realmente é essa a resposta para as nossas vidas. Fica o convite, a todos que lerem esse texto, de fazerem esse teste de amar um pouco mais a Deus e aos irmãos e se aproximarem um pouco mais desse amar sem medidas que deseja o nosso coração.

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 36




O Evangelho do dia está em João, 8,51-59. O que Deus nos quer dizer hoje?


Texto bíblico:
51. Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte.
52. Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte...
53. És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser?
54. Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus
55. e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra.
56. Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria.
57. Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinqüenta anos e viste Abraão!...
58. Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou.
59. A essas palavras, pegaram então em pedras para lhas atirar. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.



Temos uma proposta de ação: ajude na sua paróquia!


Que o Divino Mestre faça de você luz do mundo e sal da terra!

quarta-feira, 16 de março de 2016

A força da contrição: o poder das lágrimas


Uma conhecida lenda, que percorreu a cristandade medieval, relatada entre outros pelo rei Afonso, o Sábio, nas suas Cantigas, fala de um cavaleiro que, não suportando mais o peso das suas blasfêmias e crimes, foi procurar um sacerdote eremita para se confessar. Recebeu, como penitência, a ordem de encher de água um pequeno barril. Durante semanas e meses, tentou cumprir esse gesto, aparentemente tão simples, sem nada conseguir: mergulhava o recipiente em todos os rios e córregos, achegava-o a todas as fontes, mas o baldezinho ficava vazio. Até que um dia se sentou, voltou a pensar na sua má vida e em Deus, no amor de Nosso Senhor crucificado por amor dele e na sua ingratidão. Caiu-lhe então no balde uma lágrima de verdadeira contrição, e o recipiente ficou imediatamente cheio até transbordar. Tinha cumprido a sua penitência.

Hoje, como sempre, e talvez mais do que nunca, é preciso que os cristãos aprendam de novo a derramar a lágrima que enche o barrilzinho. É tão comum o tipo de cristão satisfeito com a sua mediocridade desamorada, que não acha motivos para chorar os seus pecados! Quando muito, aceita a ideia de ser como um edifício que apenas precisa, vez por outra, de alguns pequenos retoques. E pode ser até que, com um assentimento teórico e quase nenhuma consequência prática, admita além disso o postulado de que “todos temos que melhorar”.

Falta-lhe, no entanto, a consciência viva de que, mesmo que não pensasse em outra coisa senão na sua pouca generosidade para com um Deus que tanto o ama, já teria motivos mais que suficientes para chorar e pedir perdão, para se sentir um pobre endividado, e para se apressar a pagar, com um amor que sempre há de revelar-se pequeno, o impagável amor de Deus. Se acrescentasse a isso o acúmulo dos seus pecados, negligências e infidelidades, a lágrima seria mais ardente e o propósito mais inflamado.

Onde está o nosso coração? Onde está a nossa consciência cristã? Talvez tenha ido definhando por tornar-se incapaz dessas lágrimas. E, por isso, não é de estranhar que toda uma sociedade, que ainda se chama cristã, cambaleie apoiada sobre homens que se julgam seguidores de Cristo, e, em vez de serem esteios de aço, são pontaletes de papel. Um cristianismo sem amor, um cristianismo sem ardor, é um triste arremedo do ideal divino cujo fogo Cristo veio trazer à terra (cf. Lc 12, 49). Um cristianismo que cada dia ceda um pouquinho, para se acomodar aos caprichos, às permissões e às mentiras do mundo, é uma trágica “farsa blasfema” (cf. Sulco, n. 650).

O Sacramento do perdão

Daí a importância que tem dar o devido valor a esse grande encontro das lágrimas do cristão com o Coração de Cristo, que se chama o Sacramento da Reconciliação, a Confissão.

São Josemaria Escrivá, apóstolo incansável do Sacramento do Perdão, falava da Confissão pondo em plena luz a sua grandeza e a sua divina eficácia: chamava-a “verdadeiro milagre do Amor de Deus. Neste Sacramento maravilhoso, o Senhor limpa a tua alma e te inunda de alegria e de força, para não desfaleceres no combate e para retornares sem cansaço a Deus, mesmo quando tudo te parecer estar às escuras”.

A autêntica perspectiva do arrependimento, vivido na Confissão sob a sua forma normal, isto é, a Confissão individual com o sacerdote – pois esta é a única forma válida em circunstâncias não excepcionais – é a perspectiva do amor que luta por avançar; que se esforça por ir e voltar a Deus, por progredir sem interrupção; que pede perdão e torna a começar; é a perspectiva do amor que sabe querer e sabe doer-se, e por isso mesmo, como diria Santo Agostinho, “não pode ficar parado”, antes é um contínuo crescimento.

«Quantas graças não temos que dar a Deus Nosso Senhor – acrescentava são Josemaria – por este Sacramento da sua misericórdia! Eu fico pasmo, comovido [...]. Não vos enternece um Deus que nos purifica, que nos limpa, que nos levanta…? Recorrei à Confissão, porque não é só para perdoar os pecados graves, ou leves, ou as faltas: é também para nos fortalecer, para cumular de graça a alma e dar-nos impulso, de modo que percorramos mais depressa o caminho; para que tenhamos também maior habilidade para combater e vencer; para que nos comportemos de tal maneira que saibamos viver com virtude e detestar o pecado”.

Como andam errados os que julgam desnecessária a confissão frequente porque, como dizem, “só têm faltinhas leves”. Mesmo aceitando que isso seja verdade, poderíamos dizer-lhes com o autor de Caminho: “Que pena me dás enquanto não sentires dor dos teus pecados veniais! – Porque, até então, não terás começado a ter verdadeira vida interior”(Caminho, n. 330).

É neste sentido que João Paulo II, recordando um constante ensinamento da Igreja, reafirmava: «A confissão renovada periodicamente, chamada de “devoção”, sempre acompanhou na Igreja o caminho da santidade». A confissão frequente sempre acompanhou e fomentou de maneira muito direta o progresso espiritual.


Adaptação de um trecho do livro de F. Faus Lágrimas de Cristo, lágrimas dos homens.

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 35



Muitas vezes, deixamos de lado o que não gostamos de fazer, ou o que não queremos fazer, ou o que provoca em nós medo, angústia, insegurança... ou ainda deixamos de lado o que gostamos de fazer, porque nos falta tempo ou dinheiro.

A proposta desses Exercícios Espirituais hoje é bem simples: fazer uma dessas coisas que ficaram para trás.

Ser for um sacrifício, ofereça a Deus este sacrifício; se for uma alegria, ofereça a Deus essa alegria. O que importa é dar glória a Deus em tudo o que fizermos.

E o Evangelho do dia? é Jo 8,31-42. Leia, medite, reze e liberte-se do seu pecado de estimação!

Texto bíblico:

31. Jesus disse aos judeus que nele tinham acreditado: 'Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos,
32. e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.'
33. Responderam eles: 'Somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: `Vós vos tornareis livres'?'
34. Jesus respondeu: 'Em verdade, em verdade vos digo, todo aquele que comete pecado é escravo do pecado.
35. O escravo não permanece para sempre numa família, mas o filho permanece nela para sempre.
36. Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres.
37. Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, procurais matar-me, porque a minha palavra não é acolhida por vós.
38. Eu falo o que vi junto do Pai; e vós fazeis o que ouvistes do vosso pai.'
39. Eles responderam então: 'O nosso pai é Abraão.' Disse-lhes Jesus: 'Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão!
40. Mas agora, vós procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de Deus. Isto, Abraão não o fez.
41. Vós fazeis as obras do vosso pai. 'Disseram-lhe, então: 'Nós não nascemos do adultério, temos um só pai: Deus.'
42. Respondeu-lhes Jesus: 'Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que eu saí, e vim. Não vim por mim mesmo, mas foi ele que me enviou.


Que o Divino Mestre seja sua força, sua esperança e sua recompensa!

terça-feira, 15 de março de 2016

Quem dividiu a Bíblia em capítulos e versículos?

Como foi feita a divisão da Bíblia em capítulos e versículos? Nos livros “originais” não havia separação entre as palavras, nem vogais, sem sinais de pontuação, nem títulos para ajudar a localizar as passagens bíblicas.

A necessidade de dividir o texto sagrado surgiu especialmente para facilitar a leitura litúrgica.

Houve diversos sistemas, tanto entre os judeus (“Sedarim”; “Perashiyyot”; “Pesuquim”) como entre os cristãos (“Cánones eusabiani”, de Eusébio de Cesareia), para dividir os textos em 1162 seções.

Divisão em capítulos

Estêvão Langton, arcebispo da Cantuária, que havia sido chanceler da Universidade de Paris, fez a divisão do Antigo e do Novo Testamentos em capítulos, a partir do texto latino da Vulgata de São Jerônimo, por volta do ano 1226.

Da Vulgata, passou ao texto da Bíblia hebraica, ao texto grego do Novo Testamento e à versão grega do Antigo Testamento.

Ele estabeleceu uma divisão em capítulos, mais ou menos iguais, muito similar à que temos em nossas Bíblias impressas. Esta divisão se tornou universal.

Divisão em versículos

São Pagnino (1541), judeu convertido, depois dominicano, originário de Luca (Itália), dedicou 25 anos à sua tradução da Bíblia, publicada em 1527, e foi o primeiro em dividir o texto em versículos numerados.

Esta versão foi impressa em Lion. Era uma versão muito literal que constituiu um ponto de referência entre os humanistas da época, e foi reimpressa várias vezes.

Roberto Estienne, prestigioso impressor, realizou a divisão atual do Novo Testamento em versículos em 1551. Em 1555, fez a edição latina de toda a Bíblia.

Para os versículos do Antigo Testamento hebraico, ele utilizou a divisão feita por São Pagnino. Para os demais livros do Antigo Testamento, elaborou uma própria e utilizou para o Novo Testamento a que, poucos anos antes, ele mesmo havia realizado.

O recurso de dividir o texto bíblico em capítulos e versículos numerados permite, desde então, encontrar imediatamente uma passagem, seja qual for a paginação adotada por uma edição.

Esta é uma ferramenta fundamental para os pesquisadores, e para que todos possam ter uma mesma referência.

Bíblia impressa com capítulos e versículos

A primeira Bíblia impressa que incluiu totalmente a divisão de capítulos e versículos foi a chamada Bíblia de Genebra, publicada em 1560, na Suíça.

Os editores da Bíblia de Genebra optaram pelos capítulos de Stephen Langton, e versículos de Robert Estienne, conscientes da grande utilidade que teriam para a memorização, localização e comparação de passagens bíblicas.

Em 1592, o Papa Clemente VII mandou publicar uma nova versão da Bíblia em latim, para uso oficial da Igreja Católica, e nela se incluiu a divisão atual de capítulos e versículos.

Assim, no final do século XVI, os judeus, protestantes e católicos haviam aceitado a divisão em capítulos introduzida por Stephen Langton, e a subdivisão em versículos introduzida por Robert Estienne.

Desde então, estas divisões em capítulos e versículos ganharam aceitação como uma forma padronizada para localizar os versículos da Bíblia, e até hoje são aceitas universalmente.

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 34


Leia, medite, reze e aja: o Divino Mestre não vai deixar você sozinho!

Texto Bíblico:
21. Jesus disse-lhes: Eu me vou, e procurar-me-eis e morrereis no vosso pecado. Para onde eu vou, vós não podeis ir.
22. Perguntavam os judeus: Será que ele se vai matar, pois diz: Para onde eu vou, vós não podeis ir?
23. Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.
24. Por isso vos disse: morrereis no vosso pecado; porque, se não crerdes o que eu sou, morrereis no vosso pecado.
25. Quem és tu?, perguntaram-lhe eles então. Jesus respondeu: Exatamente o que eu vos declaro.
26. Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo.
27. Eles, porém, não compreenderam que ele lhes falava do Pai.
28. Jesus então lhes disse: Quando tiverdes levantado o Filho do Homem, então conhecereis quem sou e que nada faço de mim mesmo, mas falo do modo como o Pai me ensinou.
29. Aquele que me enviou está comigo; ele não me deixou sozinho, porque faço sempre o que é do seu agrado.
30. Tendo proferido essas palavras, muitos creram nele.


Que você faça sempre o que é do agrado do Divino Mestre!

segunda-feira, 14 de março de 2016

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 33



No começo desta nova semana, ajuste os ponteiros e reveja a quantas anda sua penitência quaresmal.

Que o Divino Mestre o ajude hoje e sempre!

Imitando as virtudes de Maria

Autoria: Mara Maria
Fundadora da Fraternidade Discípulos da Mãe de Deus

Paciência Heroica: 
Nossa Senhora passou por muitos momentos estressantes de provação, de incômodo e de dor, durante toda sua vida, mas suportou tudo com paciência. Sua tolerância era admirável! Nunca se revoltou contra os acontecimentos, nem mesmo quando viu o próprio filho na Cruz! Sabia que tudo era vontade de Deus e meditava tudo isso em seu coração. Maria, nossa mãe, teve sempre paciência, sabendo aguardar em paz aquilo, que ainda não se tenha obtido, acreditando que iria conseguir, pela espera em Deus.

Imitando essa virtude
Ter paciência é não perder a calma, manter a serenidade e o controle emocional. Além disso, é saber suportar, como Maria, os dissabores e contrariedades do dia a dia, saber suportar com paciências nossas próprias cruzes. Devemos saber ouvir as pessoas com calma e atenção, sem pressa, exercitando assim a virtude da caridade. Fazer um esforço para nos calarmos diante daquelas situações mais irritantes e estressantes. Quando houver um momento de impaciência, pode-se rezar uma oração, como, por exemplo, um Pai-nosso, buscando se acalmar para depois tentar resolver o conflito. Devemos nos propor, firmemente, não nos queixarmos da saúde, do calor ou do frio, do abafamento no ônibus lotado, do tempo que levamos sem comer nada... Temos de renunciar, frases típicas, que são ditas pelos impacientes: “Você sempre faz isso!”, “De novo, mulher, já é a terceira vez que você...!”, “Outra vez!”, “Já estou cansado”, “Estou farto disso!”. Fugir da ira, se calando ou rezando nesses momentos. A paciência se opõe a Ira! “Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança.”(Rom. 5,3-4) “Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, esta­rá sujeito ao inferno de fogo.”(Mat 5,22).


Contínua Oração: 
Nossa Senhora era silenciosa, estava sempre num espírito perfeito de oração. Tinha a vida mergulhada em Deus, tudo fazia em Sua presença. Mulher de oração e contemplação, sempre centrada em Deus. Buscava a solidão e o retiro, pois é na solidão que Deus fala aos corações. "Eu a levarei à solidão e falarei a seu coração" (Os 2, 14) Em sua vida a oração era contínua e perseverante, meditando a Palavra de Deus em seu coração, louvando a Deus no Magnificat, pedindo em Caná, oferecendo as dores tremendas que sentiu na crucificação de Jesus, etc.

Imitando essa virtude: 
Buscar uma vida interior na presença de Deus, um “espírito” contínuo de oração. Não se limitar somente às orações ao levantar, ao se deitar e nas refeições, estender a oração para a vida, no trabalho, nos caminhos, enfim, em todas as situações, buscando a vontade de Deus em sua vidas. "Tudo quanto fizerdes, por palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai". (Cl 3,17). e "Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus." (Fil 6,6-7).


Obediência Perfeita: 
Maria disse seu “sim” a Deus e ao projeto da salvação, livremente, por obediência à vontade suprema de Deus. Um “sim” amoroso, numa obediência perfeita, sem negar nada, sem reservas, sem impor condições. Durante toda a vida Nossa Mãezinha foi sempre fiel ao amor de Deus e em tudo o obedeceu. Ela também respeitava e obedecia as autoridades, pois sabia que toda a autoridade vem de Deus.

Imitando essa virtude: 
O Catecismo da Igreja Católica indica que a obediência é a livre submissão à palavra escutada, cuja verdade está garantida por Deus, que é a Verdade em si mesma. Esforcemo-nos para obedecer a requisitos ou a proibições. A subordinação da vontade a uma autoridade, o acatamento de uma instrução, o cumprimento de um pedido ou a abstenção de algo que é proibido, nos faz crescer. Rezar pelos superiores. Obedecer sempre a Deus em primeiro lugar e depois aos superiores. Obedecer a Deus é obedecer seus Mandamentos, ser dócil a Sua vontade. Também é ouvir a palavra e a colocar em prática. “Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Luc 1, 38).


Mãe do Supremo Amor: 
Nossa Mãe cheia de graça ama toda a humanidade com a totalidade do seu coração. Cheia de amor, puro e incondicional de mãe, nos ama com todo o seu coração imaculado, com toda energia de sua alma. Nada recusa, nada reclama, em tudo é a humilde serva do Pai. Viveu o amor a Deus, cumprindo perfeitamente o primeiro mandamento. Fez sempre a Vontade Divina e por amor a Deus aceitou também amar incondicionalmente os filhos que recebeu na cruz. Era cheia da virtude da caridade, amou sempre seu próximo, como quando visitou Isabel, sua prima, para a ajudar, ou nas bodas de Caná, preocupada porque não tinham mais vinho.

Imitando essa virtude: 
Todos os homens são chamados a crescer no amor até à perfeição e inteira doação de si mesmo, conforme o plano de Deus para sua vida. Devemos buscar o verdadeiro amor em Deus, o amor ágape, que nos une a todos como irmãos. Praticar o amor ao próximo, a bondade, benevolência e compaixão. O amor é doação, assim como Maria doou sua vida e como Jesus se doou no cruz para nos salvar, também devemos nos doar ao próximo, por essa razão o amor é a essência do cristianismo e a marca de todo católico. "Por ora subsistem a fé, a esperança e o amor – estes três. Porém, o maior deles é o amor." (I Cor. 13,13).


Mortificação Universal:
 
Maria, mulher forte que assume a dor e o sofrimento unida a Jesus e ao seu plano de salvação. Sabe sofrer por amor, sabe amar sofrendo e oferecendo dores e sacrifícios. Sabe unir-se ao plano redentor, oferecendo a Vítima e oferecendo-se com Ela. Maria empreendeu, e abraçou uma vida cheia de enormes sofrimentos, e os suportou, não só com paciência, mas com alegria sobrenatural. Nada de revolta, nada de queixas, nada de repreensões ou mau humor. Pelo contrário, dedicou-se à meditação para buscar entender o motivo que leva um Deus perfeito a permitir aqueles acontecimentos. Pela meditação, pela submissão, pela humildade, Ela encontrou a verdade.

Imitando essa virtude: 
Muitas vezes, Deus nos envia provações que não compreendemos, portanto devemos seguir o exemplo de Nossa Senhora e meditar os motivos que levam um Deus perfeito a permitir essas provações, aceitá-las e saber oferecer todas as nossas dores a Jesus em expiação dos nossos pecados, pelos pecados de todos e pelas almas, unindo nossos sofrimentos aos sofrimentos de Jesus na Cruz. Não devemos oferecer somente os grandes sofrimentos, devemos oferecer também o jejum, fugir do excesso de conforto e prazeres e, na medida do possível, oferecer alguns sacrifícios a Deus, seja no comer (renunciar de algum alimento que se tenha preferência ou simplesmente esperar alguns instantes para beber água quando se tem sede), nas diversões (televisão principalmente), nos desconfortos que a vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo paciência em tudo. É indispensável sorrir quando se está cansado, terminar uma tarefa no horário previsto, ter presente na cabeça problemas ou necessidades daquelas pessoas que nos são caras e não só os próprios. Oferecer os sofrimentos, desconfortos da vida, jejuns e sacrifícios a Deus pela salvação das almas. “Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta.” (Lamentações 1,12).


Doçura Angélica: 
Nossa Senhora é a Augusta Rainha dos Anjos, portanto senhora de uma doçura angélica inigualável. Ela é a cheia de graça, pura e imaculada. Ela pode clamar as Legiões Celestes, que estão às ordens, para perseguirem e combaterem os demônios por toda a parte, precipitando-os no abismo. A Mãe de Deus é para todos os homens a doçura. Com Ela e por Ela, não temos temor.

Imitando essa virtude: 
A doçura é uma coragem sem violência, uma força sem dureza, um amor sem cólera. A doçura é antes de tudo uma paz, a manifestação da paz que vem do Senhor. É o contrário da guerra, da crueldade, da brutalidade, da agressividade, da violência… Mesmo havendo angústia e sofrimento, pode haver doçura. “Portanto, como eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência.” (Col. 3,12).


Fé Viva: 
Feliz porque acreditou, aderiu com seu “sim” incondicional aos planos de Deus, sem ver, sem entender, sem perceber. Nossa Senhora gerou para o mundo a salvação porque acreditou nas palavras do anjo, sua fé salvou Adão e toda a sua descendência. Por causa desta fé, proclamou-a Isabel bem-aventurada: “E bem-aventurada tu, que creste, porque se cumprirão as coisas que da parte do Senhor te foram ditas” (Lc 1,45). A inabalável fé de Nossa Senhora sofreu imensas provas: 
- A prova do invisível: Viu Jesus no estábulo de Belém e acreditou que era o Filho de Deus; 
- A prova do incompreensível: Viu-O nascer no tempo e acreditou que Ele é eterno; 
- A prova das aparências contrárias: Viu-O finalmente maltratado e crucificado e creu que Ele realmente tinha todo poder. Senhora da fé, viveu intensamente sua adesão aos planos de Deus com humildade e obediência.

Imitando essa virtude: 
A fé é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, uma virtude, devemos pedir a Jesus como fizeram os apóstolos para aumentar a nossa fé. Porém ter fé não é o bastante, é preciso ser coerente e viver de acordo com o que se crê. “Porque assim como sem o espírito o corpo está morto, morta é a fé, sem as obras.” (Tg 2,26). Ter fé é acreditar que se recebe uma graça muito antes de a possuir e é, acima de tudo, ter uma confiança inabalável em Deus! “Disse o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá.” (Lc 17,6).


Pureza Divina: 
Senhora da castidade, sempre virgem, mãe puríssima, sem apego algum as coisas do mundo, Deus era o primeiro em seu coração, sempre teve o corpo, a alma, os sentidos, o coração, centrados no Senhor. O esplendor da Virgindade da Mãe de Deus, fez dela a criatura mais radiosa que se possa imaginar. O dogma de fé na Virgindade Perpétua na alma e no corpo de Maria Santíssima, envolve a concepção Virginal de Jesus por obra do Espírito Santo, assim como sua maternidade virginal. Para resgatar o mundo, Cristo tomou o corpo isento do pecado original, portanto imaculado, de Maria de Nazaré.

Imitando essa virtude: 
Esta preciosa virtude leva o homem até o céu, pela semelhança que ela dá com os anjos, e com o próprio Jesus Cristo. Nossa Senhora disse, na aparição de Fátima, que os pecados que mais mandam almas para o inferno, são os pecados contra a pureza. Não que estes sejam os mais graves, e sim os mais frequentes. Praticar a virtude da castidade, buscando a pureza nos pensamentos, palavras e acções! Os olhos são os espelhos da alma. Quem usa seus olhos para explorar o corpo do outro com malícia perde a pureza. Portanto, coloque seus olhos em contemplação, por exemplo na Adoração, e receba a luz que santifica. Quem luta pela castidade deve buscá-la por três meios: o jejum, a fugida das ocasiões de pecado e a oração. “Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães não fermentados de pureza e de verdade” (I Cor.5,8).


Referência:
As Virtudes de Nossa Senhora. Disponível em: http://mariaportadoceu.blogspot.com/2009/10/as-virtudes-de-nossa-senhora.html Acesso em: 29 Março 2011.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 32


Domingo, dia do Senhor, dia da Família!

E dia de  gesto concreto.

Texto bíblico:
1. Com respeito ao auxílio a prestar aos irmãos, acho quase supérfluo continuar a escrever-vos.
2. Porquanto estou ciente de vossa boa vontade, que enalteço, para glória vossa, ante os macedônios, dizendo-lhes que a Acaia também está pronta desde o ano passado. O exemplo de vosso zelo tem estimulado a muitos.
3. Eu, porém, vos enviei os nossos irmãos para que o louvor que dissemos a vosso respeito, neste particular, não se tornasse vão e para que, como tenho dito, estejais prevenidos.
4. Eu temia que, se os macedônios fossem comigo e vós não estivésseis preparados, esta certeza redundasse para confusão nossa, para não dizer vossa.
5. Por este motivo, julguei necessário rogar aos irmãos que nos precedessem junto de vós e preparassem em tempo a generosidade prometida. Assim, será verdadeiramente uma liberalidade, e não uma mesquinhez.
6. Convém lembrar: aquele que semeia pouco, pouco ceifará. Aquele que semeia em profusão, em profusão ceifará.
7. Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama o que dá com alegria.
8. Poderoso é Deus para cumular-vos com toda a espécie de benefícios, para que tendo sempre e em todas as coisas o necessário, vos sobre ainda muito para toda espécie de boas obras.
9. Como está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça subsiste para sempre (Sl 111,9).
10. Aquele que dá a semente ao semeador e o pão para comer, vos dará rica sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça.
11. Assim, enriquecidos em todas as coisas, podereis exercer toda espécie de generosidade que, por nosso intermédio, será ocasião de agradecer a Deus.
12. Realmente, o serviço desta obra de caridade não só provê as necessidades dos irmãos, mas é também uma abundante fonte de ações de graças a Deus.
13. Pois, ao reconhecer a experimentada virtude que esta assistência revela da vossa parte, eles glorificam a Deus pela obediência que professais relativamente ao Evangelho de Cristo e pela generosidade de vossas esmolas em favor deles e em favor de todos.
14. Além disso, eles oram por vós e vos dedicam a mais terna afeição em vista da eminente graça que Deus vos fez.
15. Graças sejam dadas a Deus pelo seu dom inefável!


Um santo e abençoado domingo, dia do Senhor!

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 31



Silencie, leia, medite, dialogue, decida, prometa e cumpra: esses são os passos destes Exercícios Espirituais.

Convide Nossa Senhora para ficar para sempre na sua vida!


Texto bíblico:

39. Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.
40. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
41. Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.
42. E exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
43. Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?
44. Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.
45. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!
46. E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,
47. meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador,
48. porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações,
49. porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.
50. Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
51. Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
52. Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.
53. Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.
54. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
55. conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.
56. Maria ficou com Isabel cerca de três meses. Depois voltou para casa.

Que o Divino Mestre o abençoe muito!

Maria recorda que a fé é alegria, ou não é fé

Ariccia (RV) - Os Exercícios espirituais para o Papa Francisco e a Cúria Romana se concluíram na manhã desta sexta-feira (11/03), na Casa ‘Divino Mestre’, em Ariccia.

Para a meditação conclusiva dos Exercícios espirituais Pe. Ermes Ronchi propôs ao Papa e à Cúria Romana uma viagem dentro dos versículos da Anunciação, “evento que se realiza no cotidiano, sem testemunhas, longe das luzes e emoções do templo”, disse o pregador.

“O primeiro anúncio de graça do Evangelho foi entregue à normalidade de uma casa”, ou seja, ao lugar onde cada um é si mesmo. É ali que Deus nos encontra e nos toca”.

Deus está na cozinha

“Santa Teresa de Ávila no “’O livro das fundações’ escreveu para as suas monjas as seguintes palavras: Irmãs, recordem: Deus está entre as panelas, na cozinha. Mas como, o Senhor do universo se move na cozinha do mosteiro, entre jarras, panelas, pratos, caçarolas e frigideiras! Deus na cozinha significa levar Deus a um território de proximidade. Se você não o sente doméstico, isto é, dentro das coisas mais simples, você não encontrou o Deus da vida. Ainda está na representação racional do Deus da religião.”

Promessa de felicidade


“Olhamos para Maria para tentar costurar o rasgão mais dramático de nossa fé”: o “Deus da religião que se separou do Deus da vida”. “A mulher de Nazaré como dona de casa nos lança um desafio enorme: passa de uma espiritualidade que se fundamenta na lógica do extraordinário para a mística do cotidiano. Neste cotidiano, o sentimento que prevalece é o da alegria e são as primeiras palavras da Anunciação: ‘Alegre-se Maria’, pois quando Deus se aproxima traz uma promessa de felicidade”:

“A nós que estamos cobertos de gravidade e peso, e de responsabilidades também, Maria recorda que a fé é alegria ou não é fé. Maria entra em cena como uma profecia de felicidade para a nossa vida, como uma bênção de esperança, consoladora, que desce em nosso mal de viver, nas solidões sofridas, nas ternuras negadas, na violência que nos circunda, mas que não vencerá, porque a beleza é mais forte que o dragão da violência, garante o Apocalipse. O anjo com esta primeira palavra diz que existe uma felicidade no crer, o prazer de crer”.

Obra em nossas casas
“Depois, Maria entra em cena como uma mulher que crê no amor”, disse Pe. Ronchi. “O anjo”, lê-se no Evangelho, “foi mandado a uma virgem, prometida em esposa a um homem chamado José”. Segundo o evangelista Lucas, a anunciação é feita a Maria, e segundo Mateus, a José:

“Mas se sobrepomos os dois Evangelhos vemos com alegria que o anúncio é feito ao casal, ao esposo e à esposa juntos, ao justo e à virgem apaixonados. Deus está na obra em nossos relacionamentos, fala dentro das famílias, dentro de nossas casas, no diálogo, no drama, na crise, nas dúvidas e nos impulsos. Deus não rouba espaço à família, não invade, não fere, não subtrai, procura um sim plural que se torna criativo porque é a soma de dois corações, a soma de muitos sonhos e muito trabalho paciente.”

Fé rochosa ou frágil, mas autêntica

Maria sabe se dirigir a Deus, sabe perguntar como irá acontecer o que lhe foi dito. “Ter perplexidade, fazer-se perguntas é uma maneira de estar diante do Senhor, com toda a dignidade humana”, disse Pe. Ronchi. “Aceito o mistério, mas ao mesmo tempo uso toda a minha inteligência. Digo quais são as minhas estradas e depois aceito estradas acima de mim”:

“Em nenhum lugar se diz que a fé rochosa seja melhor que a fé pequena entrelaçada com perguntas. Basta que seja autêntica, aquela que na sua pequenez precisa ainda mais de Deus. O que me dá esperança é ver como no Povo de Deus continuam crescendo as perguntas, ninguém se contenta mais com respostas e palavras já ouvidas, com respostas prontas, querem entender, ir a fundo, querem fazer própria a fé. Um tempo quando todos ficavam calados diante do sacerdote era um tempo de mais fé? Acredito que seja verdadeiro o contrário e se isso é mais fadigoso para nós é também um aleluia, um finalmente.”

O pensamento conclusivo foi sobre a maternidade de Deus. “Sem o corpo de Maria o Evangelho perde corpo”, disse Pe. Ronchi. “Todos os cristãos são chamados a ser mães de Deus, porque Deus sempre precisa vir ao mundo”. (MJ)

Igreja não acenda os refletores sobre si

Cidade do Vaticano (RV) - A Igreja saiba “colocar-se à parte” para que no seu anúncio faça brilhar sempre o rosto de Deus – não ela mesma. É a exortação feita pelo Padre Ermes Ronchi na quarta meditação dos exercícios espirituais que ele prega ao Papa Francisco e à Cúria Romana, na Casa “Divino Mestre”, em Ariccia. A inspiração da reflexão da manhã desta terça-feira (08/03), veio da passagem em que Pedro faz a sua profissão de fé em Cristo.

A pergunta que Jesus faz aos discípulos ressoa no reparo do “lugar afastado” para onde o Mestre conduziu os discípulos. Por qualquer momento nada de reuniões e o barulho da multidão, mas somente “silêncio, solicitude e oração”. Somente um momento de intimidade “entre eles e entre eles e Deus”. E neste silêncio, aquela pergunta de Jesus que parece uma sondagem de opinião: “Mas quem dizeis vós que Eu sou?”.

O melhor negócio da minha vida

No silêncio análogo do retiro em Ariccia, Padre Ermes Ronchi coloca o Papa e sues colaboradores da Cúria diante da mesma solicitação. E, sobretudo, àquele “mas” que Jesus acrescenta, que percorre a alma: “Mas quem dizeis vós que Eu sou?”. Um modo para dizer aos seus – observa Padre Ronchi, de não se contentar daquilo que dizem as pessoas, porque “a fé não avança por ter ouvido falar”:

“A resposta que Jesus procura não são palavras. Ele procura pessoas. Não definições, mas envolvimentos: o que te aconteceu, quando me encontraste? Jesus é o mestre do coração, Jesus não dá lições, não sugere respostas, conduz com delicadeza a procurar dentro de nós. E eu gostaria de poder responder: te encontrar foi o melhor negócio da minha vida. Foste a melhor coisa que jamais me aconteceu”.

A fé caminha

“Quem sou eu para ti”? é uma pergunta de “enamorados”, diz o pregador dos exercícios. E o que surpreende é que Jesus “não doutrina ninguém”. Os discípulos não devem temer em dar respostas prontas àquela pergunta, “não há nenhum Credo a ser composto”, afirma Padre Ronchi. A Jesus interessa saber se os seus abriram o coração. Afirmar, como faz Pedro, que Cristo é “o filho do Deus Vivo” é uma verdade que tem sentido se Cristo “está vivo dentro de nós”.

“O nosso coração – diz ainda o pregador – pode ser o berço ou a sepultura de Deus”:

“Querem realmente saber algo sobre mim, diz Jesus, e ao mesmo tempo sobre vocês? Temos um compromisso: um homem na cruz. Um que é colocado no alto. Antes ainda, quinta-feira, o compromisso de Cristo será um outro: um que está em um lugar abaixo. Que pega um pano e se inclina para lavar os pés dos seus (...) Razão a Paulo: o cristianismo é escândalo e loucura. Agora entendemos quem é Jesus: é beijo a quem o trai. Não divide ninguém, divide a si mesmo. Não derrama o sangue de ninguém, derrama o seu sangue. Não sacrifica ninguém, sacrifica a si mesmo”.

“Refletores” em Cristo

Até o momento daquela pergunta feita no silêncio, o discípulos não tinham ainda entendido o que estava prestes a acontecer a seu Mestre. Por isso Jesus é rigoroso ao impor-lhes de não dizer nada a ninguém. “Um comando severo” que “chega a toda a Igreja”, destaca o pregador, “porque às vezes já pregamos um rosto deformado de Deus”.

Nós, eclesiásticos, nota Padre Ronchi, “parecemos todos iguais” – mesmos gestos, palavras, vestidos. Mas as pessoas se perguntam: “Diga-me a sua experiência de Deus”. E Cristo, prossegue, “não é aquilo que digo Dele mas aquilo que vivo Dele”. “Não somos nós o mediadores entre Deus e a humanidade, o verdadeiro mediador é Jesus”, conclui o pregador. Como João Batista, devemos preparar a estrada e “colocar-nos à parte”.

“Pensem na beleza de um igreja que não acende os refletores sobre ela mesma – como nestes dias aqui recolhidos – mas sobre um Outro. Temos ainda um caminho a percorrer. Diminuir (...) Jesus não diz “pegue a minha cruz”, mas a sua, cada um a sua (…) O sonho de Deus não é um cortejo sem medidas de homens, mulheres e crianças, cada um com a sua cruz sobre os ombros. Mas de pessoas encaminhadas em direção a uma vida boa, contente e criativa. Uma vida que tem um preço tenaz de compromisso e perseverança. Mas também um preço doce, de luz: no terceiro dia ressuscitará”.

(AC/RB)

http://br.radiovaticana.va/news/2016/03/08/medita%C3%A7%C3%A3o_de_quaresma_igreja_n%C3%A3o_acenda_os_refletores_sobre/1213879

Igreja seja transparente sobre bens

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco e seus colaboradores da Cúria Romana entraram no quarto dia de reflexões propostas pelo Padre Ermes Ronchi durante os exercícios espirituais de Quaresma, em Ariccia.

“Aquilo que mais fere o povo cristão – observou Padre Ronchi – é o apego do clero ao dinheiro”, enquanto “o que faz o povo cristão feliz é o pão compartilhado”.

Neste contexto, a transparência dos bens da Igreja, a luta contra à fome e contra o desperdício de alimentos foram os principais temas que conduziram a sexta meditação na manhã desta quarta-feira (09/03).

“Existem pessoas tão famintas que para elas Deus não pode não ter outra forma a não ser a de um pão”. Estas foram as palavras iniciais da meditação de Padre Ronchi. A vida tem início com a fome, disse, “estar vivo é ter fome”. E se a visão se amplia, vê-se uma fome das massas, “o assédio dos pobres”, milhões de punhos cerrados que pedem algo para comer, não pedem “uma definição religiosa”.

- E a Igreja, como responde?

Não às cortinas de fumaça

As palavras do Evangelho com as quais Padre Ronchi intercala as suas são aquelas da multiplicação dos pães e dos peixes e da pergunta de Jesus aos discípulos: “Quantos pães vocês têm? Vejam!”. Jesus, observa Padre Ronchi, “é muito prático”, pede “para fazer as contas”.

“Isso é pedido a todos os discípulos também hoje, e a mim: quanto tens? Quanto dinheiro, quantas casas? Que padrão de vida? Vejam, verifiquem. Quantos carros ou quantas joias em forma de cruz e de anéis? A Igreja não deve temer a transparência, não deve ter nenhum medo da clareza sobre os seus pães e peixes, seus bens. Cinco pães e dois peixes”.

Compartilhar é multiplicar


“Com a transparência se é verdadeiro. E quando se é verdadeiro se é também livre”, afirma o pregador dos exercícios. Como Jesus, que “não se fez comprar por ninguém”, e “jamais entrou nos palácios dos potentes, somente quando prisioneiro”.

Quando não se tem, nota Padre Ronchi, procura-se reter, como aquelas Ordens religiosas que tentam administrar os bens como se isso pudesse produzir aquela segurança corroída pela crise das vocações. Ao invés, a lógica de Jesus é aquela do dom. “Amar” no Evangelho se traduz em um verbo seco: “dar”. O milagre da multiplicação diz isto, que Jesus “não se preocupa com a quantidade” do pão, aquilo que quer é que o pão seja compartilhado:

“De acordo com uma misteriosa regra divina: quando o meu pão passa a ser o nosso pão, também o pouco passa a ser suficiente. E, ao contrário, a fome começa quando restrinjo o meu pão a mim, quando o Ocidente saciado restringe seu pão, seus peixes, os seus bens para si (...) Alimentar a terra, toda a terra, é possível, há pão em abundância. Não é preciso multiplicá-lo, basta distribuí-lo, começando por nós. Não são necessárias multiplicações prodigiosas, mas derrotar a Gula do egoísmo, do desperdício de alimento e do acúmulo de poucos”.

“A fome dos outros tem direitos sobre mim”

“Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada na dobra da vossa veste...”. Nesta promessa de Jesus está contida, reitera Padre Ronchi, “a misteriosa, imensa economia do dom e do cêntuplo, que é o diferencial de todas as balanças. Isto “me conforta – disse – porque mostra que a verdade última segue a lógica do dom, não aquela da observância”. E a “pergunta última será: doaste pouco ou doaste muito à vida”. “Disto depende a vida, não dos bens”, conclui Padre Ronchi. E são suficientes cinco pães doados para mudar o mundo:

“O milagre são os cinco pães e os dois peixes que a Igreja nascente coloca nas mãos de Cristo confiando-se, sem calcular e sem reter qualquer coisa para si e para o próprio jantar. É pouco mas é tudo aquilo que tem, é pouco mas é o jantar completo dos discípulos, é uma gota no mar, mas é aquela gota que pode dar sentido e pode dar esperança à vida”. (rb)

Quarta pregação de Quaresma do Pe. Raniero Cantalamessa. Texto completo.

A semelhança consiste nisto. Deus é amor e o amor exige comunhão, intercâmbio interpessoal; exige um “eu” e um “tu”. Não há amor que não seja amor de alguém; onde só há um sujeito, não pode haver amor, mas egoísmo ou narcisismo. Onde Deus é concebido como Lei ou Poder Absoluto não há necessidade de uma pluralidade de pessoas (o poder pode ser exercido sozinho). O Deus revelado por Jesus Cristo, sendo amor, é único, mas não solitário; é uno e trino. Coexistem nele unidade e distinção: unidade de natureza, de querer, da intenção, e distinção de características e de pessoas.
Duas pessoas que se amam – e o caso do homem e da mulher no matrimônio é o mais forte – reproduzem algo do que acontece na Trindade. Lá, duas pessoas – o Pai e o Filho – se amam e “sopram” o Espírito que é o amor que os funde. Houve quem chamasse o Espírito Santo de “Nós divino”, ou seja, não a “terceira pessoa da Trindade”, mas a primeira pessoa plural[7]. Precisamente nisto é que o casal humano é imagem de Deus. Marido e mulher são, de fato, uma só carne, um só coração, uma só alma, ainda que na diversidade de sexo e de personalidade. No casal se reconciliam entre si a unidade e a diversidade.

https://pt.zenit.org/articles/quarta-pregacao-de-quaresma-do-pe-raniero-cantalamessa-texto-completo/

O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença



Ariccia (RV) - O Amor de Deus pelo homem inflama o coração e abre os olhos: esse é o cerne da nona meditação, feita na tarde desta quinta-feira pelo sacerdote dos Servos de Maria, Pe. Ermes Ronchi, no quinto e penúltimo dia dos exercícios espirituais propostos ao Papa Francisco e à Cúria Romana em Ariccia, nas proximidades de Roma. “O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença”, devemos “voltar a nos enamorar”, disse o pregador do Retiro.

Entre Páscoa e Pentecostes Jesus se manifestou novamente aos discípulos no lago de Tiberíades numa noite “sem estrelas”, “amarga” até o “romper da aurora” com Jesus que se manifesta aos seus. A meditação de Pe. Ronchi parte dessa cena com a pergunta de Amor três vezes feita por Jesus, para aproximar-se sempre mais de Simão Pedro. Tu me amas?

Uma pergunta de amor dirigida a cada homem e que “abre percursos, inicia processos”, ressaltou Pe. Ronchi evidenciando mais vezes o dinamismo do amor de Jesus pelo homem, dinamismo este que tudo transforma:

A santidade na paixão por Cristo

“Vejo a santidade descrita nesta página do Evangelho. A santidade não consiste na ausência de pecados, num campo já não mais com ervas daninhas, mas está numa paixão renovada, está no renovar agora a minha paixão por Cristo e pelo Evangelho. Agora.”

Pe. Ronchi explicou que o amor de Deus reacende “os corações”, “a paixão”. “A santidade não é uma paixão apagada, mas uma paixão convertida”, acrescentou. “Quando o amor existe não pode haver equívoco, é evidente, solar, indiscutível.”

A fé possui três passos


É Deus que “ama o homem”, que preenche as insuficiências, “preenche as pobrezas”, não busca nele “a perfeição”, mas “a autenticidade”. “Não estamos no mundo para sermos imaculados, mas para sermos encaminhados”. E invertendo todo esquema fala de “Jesus, mendicante de amor, mendicante sem pretensões” que “conhece a minha pobreza” e que pede “a verdade de um pouco de amizade”. “A fé possui três passos: preciso, confio, me entrego:

O reavivador de laços

“Crer é precisar de amor, confiar-se e fundar-se nisso, como forma de Deus, como forma do homem, como forma do mundo, do futuro, do viver. Confiar-se é fundar a vida nesta hipótese: que mais amor é bom, menos amor é ruim.”

“É abandonar a regra toda vez que ela se opõe ao amor”, dizia Irmã Maria do eremitério de Campello (região italiana da Úmbria). Enquanto o mundo proclama a sua fé, a sua evidência: mais dinheiro é bom, menos dinheiro é ruim.

Mas todo fiel é um fiel no amor: ou seja, um reavivador de laços, um reanimador de laços, alguém que ajuda os homens a reencontrar confiança no amor. Nós cremos no Amor.”

Crer é ter uma relação com Deus


Pe. Ronchi frisou que “crer é ter uma relação com Deus”, caminhar no amor com uma pessoa” e a salvação está na certeza de que é Ele quem “ama”. “A crise de fé no mundo ocidental”, explicou em seguida o pregador dos exercícios espirituais, “começa” propriamente “com a crise do ato humano de crer”. “Porque não se crê no amor.” O amor é dar:

O contrário do amor não é o ódio

“O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença que é a seiva que alimenta todo mal, a seiva secreta do pecado. A indiferença na qual o outro para você não existe, não conta, não vale, não é nada.”

“Hoje devemos voltar a enamorar-nos.” Amar a Deus “com todo nosso ser, corpo e alma”. “Deixe de amar como submisso, deixe de amar como escravo”, concluiu. “É preciso voltar a amar a Deus como enamorados. Aí sim, a vida, e a fé” se tornarão repletas de sorrisos. (RL)

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 30


Começamos nova fase nos nossos exercícios espirituais: ao se aproximar a Páscoa, os textos de meditação passarão a ser o Evangelho do dia. Com ele, faça o que você vem fazendo: ler, meditar, contemplar, orar. E agir.

Evangelho do dia: Jo 7,1-2.10.25-30


1. Jesus andava percorrendo a Galileia. Evitava andar pela Judéia, porque os judeus procuravam matá-lo. 2. Entretanto, aproximava-se a festa judaica das Tendas. 10. Quando seus irmãos já tinham subido, então também ele subiu para a festa, não publicamente mas sim, como que às escondidas.
25. Alguns habitantes de Jerusalém disseram então: 'Não é este a quem procuram matar? 26 Eis que fala em público e nada lhe dizem. Será que, na verdade, as autoridades reconheceram que ele é o Messias? 27. Mas este, nós sabemos donde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá donde ele é.'
28. Em alta voz, Jesus ensinava no Templo, dizendo: 'Vós me conheceis e sabeis de onde sou; eu não vim por mim mesmo, mas o que me enviou é fidedigno. A esse, não o conheceis, 29. mas eu o conheço, porque venho da parte dele, e ele foi quem me enviou.' 30. Então, queriam prendê-lo, mas ninguém pôs a mão nele, porque ainda não tinha chegado a sua hora.

Que o Divino Mestre o conduza nesses dias finais da Quaresma rumo à melhor Páscoa da sua vida!

quinta-feira, 10 de março de 2016

“Jesus não é moralista, nós é que moralizamos o Evangelho”




Na pregação do Pe. Ronchi nos exercícios espirituais do Papa e da Cúria, recorda que Jesus não usa a lógica das categorias ou estereótipos

Jesus não é moralista, nós é que moralizamos o Evangelho. Essa a advertência do Pe. Ermes Ronchi, na quinta meditação dos exercícios espirituais do Papa Francisco e da Cúria Romana, que estão sendo realizados na Casa Divin Maestro de Ariccia.

Partindo da passagem do Evangelho na qual Jesus, enviado à casa de Simão fariseu, rompe qualquer condenação e deixa que uma mulher, para todos pecadora, chore em seus pés e os seque com os seus cabelos, beijando-os e lavando-os com azeite perfumado. E diante da surpresa de Simão, Jesus o repreende: “Olhe esta mulher” que, de pecadora se converte na “perdoada que amou muito”. Dessa forma, o pregador indicou que “na cena da casa de Simão o fariseu, se vê um conflito surpreendente: o piedoso e a prostituta; o poderoso e a sem nome, a lei e o perfume, a regra e o amor, em comparação”.

O erro de Simão – garantiu – é o olhar que julga. “Jesus, por toda a sua existência ensinará o olhar que não julga, inclusivo, o olhar misericordioso”. O pregador dos exercícios esclareceu que Simão coloca no centro da relação entre o homem e Deus “o pecado, fazendo-o a coluna vertebral da religião”. O erro dos moralistas de cada época, dos fariseus de sempre. Jesus – recordou – não é moralista, porque coloca no centro da pessoa com lágrimas e sorrisos, a sua carne dolorida ou exultante, e não a lei. No Evangelho, como recordou o pregador, encontramos mais frequentemente a palavra pobre do que pecador.

“Adão é pobre antes que pecador, somos frágeis e guardiões de lágrimas, prisioneiros de mil limites, antes que culpados”. Somos nós – advertiu – os que moralizamos o Evangelho.

A este respeito, disse que no princípio não era assim. O pe. Vanucci explica muito bem: o Evangelho não é uma moral, mas uma chocante libertação. E nos leva para fora do paradigma da plenitude, da vida em plenitude.

Simão, o moralista, olha para o passado da mulher, vê “uma história de transgressões”, enquanto que Jesus vê “o muito amor de hoje e amanhã”.

Assim, o Pe. Ronchi explicou que “Jesus não ignora quem é, não finge não saber, mas recebe. Com as suas feridas e especialmente com a sua centelha de luz, é que Ele faz reviver”. O centro do jantar tinha que ser Simão, piedoso e poderoso, porém, é a mulher. “Só Jesus é capaz de fazer esta mudança de perspectiva, fazer este espaço para os últimos. Jesus afasta do ponto focal o pecado da mulher e as faltas de Simão, desconstrói, coloca-o em dificuldade como fará com os acusadores da adúltera no templo”.

Se Jesus me perguntasse também a mim – disse Ronch – vê essa mulher? Deveria responder: “não, Senhor, aqui vejo só homens”: Não é muito normal isso, admitamos. Devemos tomar nota de um vazio que não corresponde à realidade da humanidade e da Igreja”.

“Não era assim no Evangelho”, onde muitas mulheres seguiam e serviam Jesus, mas “não a vejo seguindo-nos”, observou o pe. Ronchi.

“O que nos assusta que devemos ficar longe dessa mulher e das outras? Jesus era sumamente indiferente ao passado de uma pessoa, ao sexo de uma pessoa, não pensa nunca por categorias ou estereótipos. E acho que também o Espírito Santo distribui seus dons sem olhar para o sexo das pessoas “, disse.

Jesus, marcado pela mulher que o comoveu, não a esquece: na última ceia retomará o gesto da pecadora desconhecida e apaixonada, lavará os pés dos seus discípulos e os secará. “Quando ama, o homem realiza gestos divinos, Deus quando ama realiza gestos humanos, e o faz com o coração de carne”.

Finalmente, o pregador deu um conselho aos confessores: “É tão fácil para nós quando somos confessores não ver as pessoas, com as suas necessidades e a suas lágrimas, mas ver a norma aplicada ou violada. Generalizar, empurrar as pessoas dentro de uma categoria, classificar. E assim alimentamos a dureza do coração, a esclerocardia, a doença mais temida por Jesus. Nos transformamos em burocratas das regras e analfabetos do coração; não encontramos a vida, mas só nosso preconceito”.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 29



Silencie, leia, medite, dialogue, decida, prometa e cumpra: esses são os passos destes Exercícios Espirituais.

Rezar pelos padres da Igreja é fundamental para que eles sempre ouçam a voz do Bom Pastor e a sigam.



Texto bíblico:

1. Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador.
2. Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas.
3. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem.
4. Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz.
5. Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
6. Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar.
7. Jesus tornou a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.
8. Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram.
9. Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem.
10. O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância.
11. Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.
12. O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas.
13. O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas.
14. Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim,
15. como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas.
16. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.
17. O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar.
18. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai.


Especialmente hoje, reze por Dom Terra, nosso fundador, e por Padre Clóvis, nosso reitor.


Que você sempre reconheça a voz do Divino Mestre! Que Ele o abençoe!

Como orar



Temos, pois, de começar a nossa oração recolhendo-nos em Deus, formulando o propósito de rezar bem, de manter a atenção, se não no que dizemos, ao menos nAquele a quem o dizemos. É importante começar com esta intenção, porque, a não ser que estejamos com uma disposição espiritual excepcional, a nossa mente se perderá em divagações pouco depois de termos começado a orar. Orar é trabalho duto. A mente humana não aceita facilmente uma concentração intensa. A dificuldade de manter uma atenção constante piora se a nossa mente estiver perturbada por preocupações ou ansiedades, enfraquecida pela doença ou pela cansaço. E, evidentemente, podemos também estar certos de que o diabo fará os maiores esforços para desviar nossa atenção para outras coisas, enquanto procuramos orar.

Precisamos de recolhimento, espírito de humildade, desejo de conseguir as graças que pedimos.

Numa aula de catecismo, um sacerdote perguntou certa vez a um menino: "Deus sempre responde às nossas orações?" O menino respondeu: "Sim, padre". O sacerdote insistiu: "Então, por que não conseguimos sempre o que pedimos?" Após um instante de perplexidade, o menino respondeu: "Deus sempre responde às nossas orações; o que acontece é que umas vezes responde sim, e outras vezes responde não".

Às vezes, nós, os homens, pedimos coisas que achamos que seriam boas para nós; um trabalho mais bem remunerado, mais saúde, a bênção de um filho num lar estéril. Mas Deus pode pensar de maneira diferente. Na sua infinita sabedoria, Ele vê até o último detalhe as consequências da menor mudança nas nossas circunstâncias, tanto no que diz respeito a nós como aos outros. Um trabalho mais bem remunerado pode causar-nos mais tarde um abrandamento na virtude. Uma saúde mais robusta pode privar-nos dessa abundância de gloriosos méritos que os outros e nós estamos ganhando com nossa doença. Um filho que venha a nascer nesse lar estéril talvez possa ocasionar um dia a perda de uma alma. Seja o que for que peçamos, Deus não no-lo dará se não contribuir de algum modo para o nosso verdadeiro bem, se não nos levar ao fim para que Deus nos criou: a eterna felicidade com Ele no céu.

(TRESE, Leo J. A fé explicada, p. 453, 455)

“O nosso coração pode ser a manjedoura ou o túmulo de Deus”

Continuam as meditações do Pe. Ermes Ronchi durante os Exercícios Espirituais de Quaresma com o Papa e a Cúria. O desejo de uma Igreja “longe de refletores”, que desenvolve a sua tarefa de “sal e luz” no mundo

A Igreja saiba “colocar-se à parte” para que no seu anúncio faça brilhar sempre o rosto de Deus – não ela mesma. É a exortação feita pelo Padre Ermes Ronchi na quarta meditação dos exercícios espirituais que ele prega ao Papa Francisco e à Cúria Romana, na Casa “Divino Mestre”, em Ariccia. A inspiração da reflexão da manhã desta terça-feira (08/03), veio da passagem em que Pedro faz a sua profissão de fé em Cristo.
A pergunta que Jesus faz aos discípulos ressoa no reparo do “lugar afastado” para onde o Mestre conduziu os discípulos. Por qualquer momento nada de reuniões e o barulho da multidão, mas somente “silêncio, solicitude e oração”. Somente um momento de intimidade “entre eles e entre eles e Deus”. E neste silêncio, aquela pergunta de Jesus que parece uma sondagem de opinião: “Mas quem dizeis vós que Eu sou?”.
O melhor negócio da minha vida
No silêncio análogo do retiro em Ariccia, Padre Ermes Ronchi coloca o Papa e sues colaboradores da Cúria diante da mesma solicitação. E, sobretudo, àquele “mas” que Jesus acrescenta, que percorre a alma: “Mas quem dizeis vós que Eu sou?”. Um modo para dizer aos seus – observa Padre Ronchi, de não se contentar daquilo que dizem as pessoas, porque “a fé não avança por ter ouvido falar”:
“A resposta que Jesus procura não são palavras. Ele procura pessoas. Não definições, mas envolvimentos: o que te aconteceu, quando me encontraste? Jesus é o mestre do coração, Jesus não dá lições, não sugere respostas, conduz com delicadeza a procurar dentro de nós. E eu gostaria de poder responder: te encontrar foi o melhor negócio da minha vida. Foste a melhor coisa que jamais me aconteceu”.
A fé caminha
“Quem sou eu para ti”? é uma pergunta de “enamorados”, diz o pregador dos exercícios. E o que surpreende é que Jesus “não doutrina ninguém”. Os discípulos não devem temer em dar respostas prontas àquela pergunta, “não há nenhum Credo a ser composto”, afirma Padre Ronchi. A Jesus interessa saber se os seus abriram o coração. Afirmar, como faz Pedro, que Cristo é “o filho do Deus Vivo” é uma verdade que tem sentido se Cristo “está vivo dentro de nós”.
“O nosso coração – diz ainda o pregador – pode ser o berço ou a sepultura de Deus”:
“Querem realmente saber algo sobre mim, diz Jesus, e ao mesmo tempo sobre vocês? Temos um compromisso: um homem na cruz. Um que é colocado no alto. Antes ainda, quinta-feira, o compromisso de Cristo será um outro: um que está em um lugar abaixo. Que pega um pano e se inclina para lavar os pés dos seus (…) Razão a Paulo: o cristianismo é escândalo e loucura. Agora entendemos quem é Jesus: é beijo a quem o trai. Não divide ninguém, divide a si mesmo. Não derrama o sangue de ninguém, derrama o seu sangue. Não sacrifica ninguém, sacrifica a si mesmo”.
“Refletores” em Cristo
Até o momento daquela pergunta feita no silêncio, o discípulos não tinham ainda entendido o que estava prestes a acontecer a seu Mestre. Por isso Jesus é rigoroso ao impor-lhes de não dizer nada a ninguém. “Um comando severo” que “chega a toda a Igreja”, destaca o pregador, “porque às vezes já pregamos um rosto deformado de Deus”.
Nós, eclesiásticos, nota Padre Ronchi, “parecemos todos iguais” – mesmos gestos, palavras, vestidos. Mas as pessoas se perguntam: “Diga-me a sua experiência de Deus”. E Cristo, prossegue, “não é aquilo que digo Dele mas aquilo que vivo Dele”. “Não somos nós o mediadores entre Deus e a humanidade, o verdadeiro mediador é Jesus”, conclui o pregador. Como João Batista, devemos preparar a estrada e “colocar-nos à parte”.
“Pensem na beleza de um igreja que não acende os refletores sobre ela mesma – como nestes dias aqui recolhidos – mas sobre um Outro. Temos ainda um caminho a percorrer. Diminuir (…) Jesus não diz “pegue a minha cruz”, mas a sua, cada um a sua (…) O sonho de Deus não é um cortejo sem medidas de homens, mulheres e crianças, cada um com a sua cruz sobre os ombros. Mas de pessoas encaminhadas em direção a uma vida boa, contente e criativa. Uma vida que tem um preço tenaz de compromisso e perseverança. Mas também um preço doce, de luz: no terceiro dia ressuscitará”.
[Fonte: Rádio Vaticano]

https://pt.zenit.org/articles/o-nosso-coracao-pode-ser-a-manjedoura-ou-o-tumulo-de-deus/

Exercícios Espirituais para a Quaresma - dia 28



Silencie, leia, medite, dialogue, decida, prometa e cumpra: esses são os passos destes Exercícios Espirituais.

Dia de 2 em 1: meditação + obra de misericórdia

Texto bíblico:
1. Salmo de Davi. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que existe em mim bendiga o seu santo nome. 
2. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e jamais te esqueças de todos os seus benefícios. 
3. É ele que perdoa as tuas faltas, e sara as tuas enfermidades. 
4. É ele que salva tua vida da morte, e te coroa de bondade e de misericórdia. 
5. É ele que cumula de benefícios a tua vida, e renova a tua juventude como a da águia. 
6. O Senhor faz justiça, dá o direito aos oprimidos. 
7. Revelou seus caminhos a Moisés, e suas obras aos filhos de Israel. 
8. O Senhor é bom e misericordioso, lento para a cólera e cheio de clemência. 
9. Ele não está sempre a repreender, nem eterno é o seu ressentimento. 
10. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos castiga em proporção de nossas faltas, 
11. porque tanto os céus distam da terra quanto sua misericórdia é grande para os que o temem; 
12. tanto o oriente dista do ocidente quanto ele afasta de nós nossos pecados. 
13. Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem, 
14. porque ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó. 
15. Os dias do homem são semelhantes à erva, ele floresce como a flor dos campos. 
16. Apenas sopra o vento, já não existe, e nem se conhece mais o seu lugar. 
17. É eterna, porém, a misericórdia do Senhor para com os que o temem. E sua justiça se estende aos filhos de seus filhos, 
18. sobre os que guardam a sua aliança, e, lembrando, cumprem seus mandamentos. 
19. Nos céus estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu império se estende sobre o universo. 
20.Bendizei ao Senhor todos os seus anjos, valentes heróis que cumpris suas ordens, sempre dóceis à sua palavra. 
21.Bendizei ao Senhor todos os seus exércitos, ministros que executais sua vontade. 
22. Bendizei ao Senhor todas as suas obras, em todos os lugares onde ele domina. Bendize, ó minha alma, ao Senhor.

Bendigamos sempre ao Divino Mestre que nos afasta dos nossos pecados e tem compaixão dos que o temem!